Centenas de pessoas são atendidas no Mutirão do Diabetes do Hospital Universitário Bettina Ferro
O Mutirão do Diabetes, realizado no último dia 11 de novembro, levou centenas de pessoas ao shopping Castanheira, em Ananindeua, para buscar informações sobre a doença, assim como para fazer o exame de glicemia e oftalmológico. A realização foi do Hospital Bettina Ferro de Souza (HUBFS), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/ Ebserh, em parceria com várias organizações de saúde. A programação fez parte do Projeto Mutirão do Diabetes, que tem por objetivo alertar a população sobre a prevenção da doença e suas consequências, bem como contribuir para a redução do número de pessoas cegas precocemente, de 40 a 50 anos de idade, por falta de cuidado, seja ele clínico, endocrinológico, nefrológico e oftalmológico. A programação de encerramento das ações do projeto encerra-ser neste domingo, 19, com a Pedalada Azul.
Diabética do tipo 2 há cerca de dez anos, a dona de casa Sandra Maria Silva, de 56 anos, foi à programação em busca de atendimento por causa de problema na visão. De acordo com a dona de casa, como a consulta dela na Unidade de Saúde de Águas Lindas está marcada somente para dezembro, viu na ação a oportunidade de antecipar a avaliação oftalmológica. “Venho sentindo a minha visão turva e, como a minha consulta é só em dezembro, vim logo aqui para ver o que é isso. Eu tô achando ótimo esse mutirão, porque se não fosse assim não saberia logo que estou com suspeita de glaucoma e preciso ser acompanhada de perto por um oftalmologista”, disse.
Outro que não perdeu tempo e saiu cedo de casa foi o aposentado João Alencar, que descobriu ter diabetes há cerca de um ano. Ele faz acompanhamento médico e queria passar por avaliação oftalmológica e receber informação sobre a enfermidade, como o cuidado que deve ter com os pés. “Eu estou achando esse atendimento fora do comum. Recebi um tratamento excelente, fiz todos os exames e agora depende de mim seguir as recomendações para eu ter uma vida com qualidade, mesmo sendo diabético”, enfatizou.
Pesquisa deste ano do Ministério da Saúde aponta que o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos, passando de 5,5% da população, em 2006, para 8,9%, em 2016. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revela também que as mulheres registram mais diagnósticos da doença, esse grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens.
Planejamento - Quem deu o ar da graça foi o humorista Cláudio Rendeiro, que, por meio do personagem Epaminondas Gustavo, um ribeirinho com o jeito do paraense, tem ajudado com o repasse de informações sobre a doença. O ator é diabético e aderiu à ação para alertar sobre o valor da informação para a prevenção. Ele ressalta o quanto é importante “a pessoa cuidar da alimentação e procurar o médico regularmente, porque o Diabetes é uma doença silenciosa e, se não pode prevenir, então pode controlar, é só se cuidar”.
Para a coordenação, o mutirão atingiu suas expectativas registrando um atendimento de mais de 800 pessoas. Membro da coordenação do Mutirão e do Setor de Reabilitação do HUJBB, Ana Flávia Endres Nunes avaliou positivamente a ação, por considerar que todos os serviços de orientações previstos: nutricional, oftalmológica, fisioterápico, de exame laboratorial e de verificação de pressão foram realizados. “Foi uma união de profissionais, alunos e parceiros de organizações que trabalham pela prevenção do Diabetes, baseados em um planejamento construído minuciosamente. Todos, sem exceção, estão de parabéns”, frisou.
Foram parceiras da ação: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Nefrologia-Regional Pará, Associação Paraense de Retina e Vítreo, Sociedade Brasileira de Retina e Vítrio, Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Associação Brasileira dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará (ARCT-PA). A equipe multidisciplinar é formada também por voluntários da Enfermagem, Nutrição e Fisioterapeutas.
Texto e fotos: Edna Nunes – Ascom Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh.
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