Diretora do MUFPA é eleita presidente do Comitê Nacional do Brasil da Memória do Mundo da Unesco
A diretora do Museu da UFPA (MUFPA), professora Jussara Derenji, foi eleita presidente do Comitê Nacional do Brasil da Memória do Mundo (MOW Brasil), da Unesco. O MOW Brasil é voltado para a preservação de documentos relevantes para a memória nacional. A professora, eleita em dezembro de 2017, é a primeira mulher presidente do Comitê e ficará no mandato por dois anos.
A presidente é formada em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Ela é professora aposentada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA e dirige o MUFPA desde 2002. Além disso, Jussara é curadora de diversas exposições e criadora de projetos que visam expandir o acervo do MUFPA, como o projeto “Traços Locais”. A arquiteta faz parte do Comitê Memória do Mundo da Unesco desde 2015, com a função de representante dos arquivos privados.
Agora, como presidente, ela tem o objetivo principal de aumentar o campo de ação do comitê, que é fortemente voltado para o Sul e Sudeste do Brasil. Assim, ela visa ampliar as nominações anuais: “O Comitê tem uma programação pré-definida que inclui o edital anual, a análise de candidaturas e a nominação de até dez acervos ou documentos por ano”, afirma ela.
Representação Feminina e Nortista- Escolhida pelos próprios membros do Comitê, Jussara dirigirá o MOW Brasil com Maria Ana Quaglino como vice-presidente. Assim, pelos próximos dois anos, o comando do órgão será majoritariamente feminino. Além disso, ela também é a primeira especialista do Norte do Brasil a gerir o Comitê. Assim, aumentará o foco para a história da região amazônica e a importância da preservação desse passado. “O mais importante é ser a primeira pessoa representante da região norte a ter a oportunidade de expor melhor nossas riquezas culturais no que se refere à documentação”, aponta a presidente.
MOW Brasil - Com a importância de nominar documentos raros, inéditos e únicos para a história, o Comitê brasileiro tem dez anos, enquanto o mundial existe desde 1992. “O programa Memória do Mundo foi criado pela Unesco em 1992 para proteger o patrimônio documental que vem sendo registrado desde o começo da existência humana até a atualidade. Esse patrimônio vem sendo produzido nas mais diversas formas: tábuas, papiros da antiguidade, manuscritos ou impressos, marcando eventos e descobertas que mudaram o mundo”, explica a professora.
O Comitê Nacional tem a função de interligar o comitê regional: América Latina e Caribe ao mundial, com sede em Paris. Também visa valorizar o patrimônio documental das bibliotecas e arquivos brasileiros, por meio de parcerias com instituições de informação e entidades do patrimônio do país. No Norte, no Museu Goeldi, o comitê nominou o mapa do pesquisador Curt Nimuendajú, que percorreu o Brasil em meio aos índios por mais de 40 anos.
Texto: Alice Palmeira - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação
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