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Projeto de Extensão busca diagnosticar impactos da ação do Banco Comunitário Tupinambá na Baía do Sol

  • Publicado: Sábado, 27 de Janeiro de 2018, 14h37
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bancoTupinambá

Na pequena localidade da Baía do Sol, na ilha do Mosqueiro, se desenvolve uma das mais consistentes (e premiadas) iniciativas no campo da economia colaborativa ou solidária na Amazônia. Trata-se das ações desenvolvidas pelo Banco Comunitário “Tupinambá”. Mas não se trata de um Banco qualquer. O Banco Tupinambá tem como principal missão fortalecer a economia local e ajudar a fomentar laços de reciprocidade e cooperação entre os agentes locais.

Os principais instrumentos utilizados pelo Banco Tupinambá para alcançar esses objetivos são as operações de microcrédito, por um lado, e a disseminação do uso da Moeda Social, denominada “moqueio”, por outro. As operações de microcrédito buscam desenvolver as atividades econômicas de pequeno a médio portes, oferecendo crédito de valor limitado, mas que são essenciais como capital de giro ou micro investimentos.

Âmbito da economia local – No caso da Moeda Social, a sua disseminação se restringe ao território da Baía do Sol e aos usuários do Banco, sobretudo famílias. O seu objetivo é estimular o consumo de produtos e serviços oferecidos no âmbito da economia local. Dessa forma, o princípio do uso da moeda social é internalizar a renda e estimular trocas e relações entre os próprios agentes da economia local.

Para poder aferir de forma mais objetiva os impactos das ações do Banco Tupinambá no âmbito da economia local da Baía do Sol, um grupo de 25 estudantes e professores do curso de Economia da UFPA realizaram um levantamento com aplicação de questionários na Baía do Sol, nos dias 20 e 21 de janeiro. As atividades desenvolvidas fazem parte do projeto de extensão denominado “Economia Criativa, Cultura e Território”, coordenado pelo professor Valcir Bispo Santos, da Faculdade de Economia (Facecon), que também conta com a colaboração do professor Giancarlo Frabetti. Ambos os professores acompanharam in loco o Levantamento, executado por um grupo de estudantes da graduação e pós-graduação em Economia.

Estas atividades de extensão e pesquisa na Baía do Sol tiveram o apoio fundamental da Pró-Reitoria de Extensão da UFPA, que cedeu o uso do micro-ônibus da Instituição para levar e trazer o grupo de estudantes e professores da Facecon. Cabe destacar que a hospedagem do grupo da UFPA na Baía do Sol se deu por meio de “hospedagem solidária”, em boa parte.

Pesquisa – O questionário busca fundamentalmente aferir o nível de consumo de produtos e serviços locais e ativação de negócios por meio da circulação da moeda social “moqueio”. A sua metodologia foi desenvolvida pelo Instituto Palmas, sediado em Fortaleza, que coordena a maior rede de bancos comunitários da América do Sul. Esta pesquisa é realizada desde 2009, ano de fundação do Banco Tupinambá. Naquele ano, constatou-se que apenas 2% dos moradores locais compravam na localidade. Em 2014, esse número deu um salto gigantesco: constatou-se que 83% das pessoas entrevistadas consumiam na própria localidade, diminuindo a evasão da renda local.

Insegurança e assaltos – Mas a experiência inovadora do Banco Tupinambá sofre riscos de continuidade devido à insegurança e assaltos, pois também presta serviços como agente bancário, sobretudo da Caixa Econômica Federal (CEF). Dois assaltos deixaram sequelas e prejuízos que a CEF está cobrando com juros e sem nenhum alivio, tratando o Banco Tupinambá como uma empresa financeira equivalente a outros bancos comerciais. É uma situação paradoxal, pois a própria Caixa já indicou o Banco Tupinambá para concorrer em premiações na área da tecnologia social. Isso está levando a um afogadilho financeiro, sobretudo do coordenador do Banco Tupinambá, Marivaldo Vale, e sua família. Uma campanha pública foi lançada para tentar salvar o Banco Tupinambá, denominada #VivaTupi. Mais informações podem ser obtidas na página do Instituto Tupinambá.

Texto e foto: Divulgação

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