Casa de Estudos germânicos apresenta exposição no Museu do Estado sobre os índios Caxinauás
A Casa de Estudos Germânicos da UFPA, em cooperação com o Museu do Estado do Pará,e em parceria com o Instituto Goethe e o DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico), apresenta a exposição “Os Caxinauás – Autonomia e Contato”, com obras do fotógrafo teuto-brasileiro Harald Schultz. A curadoria é das linguistas Eliane Camargo e Sabine Reiter em cooperação com Marcelino Piñedo, Alberto Roque Toribio, Hulício Moisés e outros integrantes do grupo Caxinauá. A coordenação artística é de Martin Juef. O vernissage será realizado no dia 1º de fevereiro, às 20 horas, nos jardins do Museu do Estado do Pará, e a exposição será instalada na Galeria Antônio Parreiras do Museu. A exposição permanecerá na galeria do MEP até 25 de março. A entrada é gratuita.
Programação - Serão exibidas fotografias e o documentário de Harald Schultz assim como material audiovisual (cantos, relatos históricos e mitos narrados por integrantes do grupo, uma entrevista e imagens) e textos de outras épocas, que juntos esboçam o desenvolvimento dos Caxinauás por meio da sua história de contatos até os tempos de hoje. A expoisção será interativa com visitas monitoradas por representantes do grupo e estudantes da Casa de Estudos Germânicos; mesa-redonda com dois caxinauás, integrantes de outras etnias e pesquisadores; além de uma oficina no PPGLda UFPA sobre e de trabalho linguístico cooperativo.
Projeto - Em 1951, o fotógrafo teuto-brasileiro Harald Schultz visitou os caxinauás peruanos que formam a parte menos numerosa do grupo indígena pano que vive na região fronteiriça entre o Brasil e o Peru, na bacia dos rios Juruá e Purus. Estes, na época, viviam em relativo isolamento, ao contrário de seus parentes no lado brasileiro que – desde a época da borracha vivem em contato mais estreito com a população não-indígena e, consequentemente, passaram por um processo de aculturação mais rápido e mais intenso.
Grande valor - As fotografias de H. Schultz e um filme que produziu têm hoje – mais de 60 anos depois da data que marcou o começo de um contato mais intenso entre o grupo peruano e a sociedade maioritária – um grande valor documentativo. Desde então receberam visitas de missionários, comerciantes, militares, pesquisadores e outros representantes de fora que contribuíram às diversas mudanças sociais. Apesar dessas influências e intervenções, o grupo conseguiu manter uma grande parte do seu conhecimento tradicional. Paradoxalmente, a presença dos forasteiros contribuiu à preservação deste conhecimento por ser documentado nos trabalhosdos pesquisadores em textos e em gravações audiovisuais. Hoje em dia, esse material, junto com as recordações dos anciões, serve como base para uma revitalização cultural dos caxinauás em ambos os lados da fronteira.
A história desse grupo reflete as histórias de muitos povos indígenas da Amazônia: a opressão e dispersão em consequência da exploração de borracha, a dizimação por epidemias, as tentativas de catequização e integração às categorias administrativas nacionais e a luta pelos direitos políticos e pela identidade.
Serviço:
Exposição “Os Caxinauás – Autonomia e Contato”
Data: 1º de fevereiro a 25 de março de 2018
Local: Museu do Estado do Pará, Praça Dom Pedro II, Cidade Velha, Belém
Horários de Visita: De terça à sexta: 10h às 16h; e sábado e domingo: 9h às 13h.
Texto e arte: Divulgação
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