Cônsul de Cuba ministra conferência da Jornada de Cooperação Internacional UFPA

Apresentar a história da ilha de Cuba e o papel de incentivo desempenhado pelo país para a promoção de soberania nacional e bem estar social. Esse mote conduziu a conferência “Aproximação à Revolução Cubana”, proferida pelo Cônsul Geral da República de Cuba no Brasil (Região Norte), Turcios Miguel Esquivel López. O evento ocorreu nesta sexta-feira,  22 de março de 2018, no auditório do Prédio de Pós-Graduação do Instituto de Tecnologia (PGITEC), campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

A conferência integrou a programação da Jornada de Cooperação Internacional, ação conjuntada Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp). O evento contou, ainda, com transmissão online ao vivo pelo site da Propesp.

Turcios López iniciou sua apresentação contando um pouco da história de Cuba. Segundo o Cônsul, para entender a Revolução Cubana que ocorreu em 1959, é necessário compreender a posição geográfica da ilha, próxima aos Estados Unidos, assim como o seu passado enquanto território espanhol e a resistência que precedeu a Revolução. “Para muitas pessoas, a história de luta de Cuba se iniciou em 1959, quando, na verdade, ela teria começado muito antes, ainda como colônia, em 1868, quando os cubanos começaram a guerra de independência contra a Espanha”, apontou.

As disputas entre os Estados Unidos e a Espanha pelo território cubano culminou no Tratado de Paris, de 1898, no qual colônias espanholas, entre elas, Cuba, eram cedidas ao governo americano. Após décadas de forte influência dos EUA sobre o território cubano, deu-se início, em 1959, a uma nova fase da busca pela soberania de Cuba, que Turcios chamou de “Triunfo da Revolução”. O Cônsul destacou, porém, os bloqueios que Cuba passou a sofrer com sua postura de enfrentamento perante os Estados Unidos,que acarretaramvários problemas à ilha,como limitações de ordem econômica.

Apesar do embargo,Turcios López salientou as conquistas sociais do país, como a qualidade da educação, com 100% das crianças na escola e a criação de Universidades,além da promoção da saúde pública e de pesquisas que resultam em conhecimento de ponta nessa área. O Cônsul também trouxe à tona alguns aspectos do passado e do presente da política externa de Cuba, como a exportação de médicos, o acolhimento de estudantes estrangeiros e combatentes latino-americanos que lutaram por seus países, bem como o desenvolvimento de um método de alfabetizaçãode referência mundial.

A conferência foi encerrada com as perguntas e contribuições dos presentes. O debate se ampliou e foram discutidos aspectos contemporâneos da realidade cubana, tais como o processo da quebra de embargos, a mudança dos governos de Fidel e Raul Castro, a imagem do país que circula na mídia, a persistência de uma sociedade socialista em um mundo globalizado, entre outros aspectos.

Sobre o conferencista - Turcios López é licenciado em Relações Políticas Internacionais pelo Instituto Superior de Relaciones Internacionales, de Havana, capital de Cuba. Foi especialista da Direção de Quadros e Pessoal do Ministério de Relações Exteriores da República de Cuba, nos períodos de 2000 a 2002 e de 2005 a 2006. Foi, ainda, segundo secretário na Embaixada de Cuba na Suécia, entre 2002 e 2004; e primeiro secretário na Embaixada de Cuba na Zâmbia, entre 2006 e 2011; além de conselheiro na Direção de Divulgação e Imagem no Ministério de Relações Exteriores de Cuba, de 2011 a 2013.

Como representante do Consulado Geral de Cuba na Região Norte do Brasil, Turcios López já participou de missões de trabalho em diversas instituições públicas de ensino superior da Região Norte, como Universidade Federal do Acre (UFAC), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), realizando conferências, a fim de promover possibilidades de cooperação acadêmica entre as instituições brasileiras e Cuba.

Texto e fotos: Divulgação