Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita promove encontro entre professores do ensino básico e da universidade
Na última sexta-feira, 23 de março, foi realizado o 1º Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita (FALE) Flor do Grão Pará, com o tema "Isso aí, açaí: o ouro negro de nossa terra - uma prática interdisciplinar em alfabetização", às 14h, no Centro de Evento Benedito Nunes. Com organização do Laboratório Sertão das Águas: Alfabetização, Leitura, Escrita, Literatura, Formação e Trabalho Docente (LASEA), do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), o evento abordou as práticas docentes interdisciplinares, envolvendo a alfabetização em língua materna, matemática e científica. O Fórum contou com a participação de alunos, professores, coordenadores, técnicos e pessoas que atuam na área da alfabetização de todo o Pará, totalizando uma média de mil participantes.
Com músicas regionais, dança e leitura, a programação foi além de debates sobre a alfabetização. O evento contou com os seguintes estandes: troca troca de livros, o Clube de Leitura Tertúlias do Grão Pará, exposição de cartilhas e cadernos, iniciando a pesquisa da história da alfabetização no Pará, e narrativas de histórias sobre o práticas de ensino de professores e professoras do ensino fundamental.
Programação - O Fórum teve início com uma mesa de abertura, composta pela diretora do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI), professora Isabel Lucena, pela diretora da Faculdade de Educação Matemática e Científica (FEMCI), professora France Martins, por Carmen Sanches, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e pela coordenadora do LASEA e do Evento, professora Elizabeth Orofino Lucio (IEMCI/UFPA).
Em seguida, foi apresentado um vídeo sobre a história do Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita, em outras regiões do Brasil, assim como a constituição da Rede Formação Docente Narrativas e Experiências (Rede Formad Brasil) e a instituição do FALE Flor do Grão Pará e, logo após, ocorreu a apresentação de prática docente da professora Ivanete Pinho Gomes, Professora de Igarapé-Miri e aluna da Licenciatura Integrada/PARFOR/UFPA.
Ainda como parte da programação, a Professora Carmen Sanches, da Faculdade de Educação da Unirio, apresentou sua prática, abordando saberes e fazeres docentes, para repensar a prática alfabetizadora a partir do trabalho com o texto infantil, refletindo a alfabetização como possibilidade de experienciar o vivido e instituir palavras próprias aos sujeitos.
Objetivo - Segundo a coordenadora, a junção das apresentações culturais locais com o aprendizado faz parte da visão do Fale Flor do Grão Pará. “O Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita Flor do Grão Pará tem como objetivo efetivar um diálogo concreto em que os professores da Escola Básica e os professores da Universidade, problematizem a questão dos modos hegemônicos de pensar e praticar a alfabetização, que não considera a cultura e a identidade local, e os indivíduos como sujeitos de linguagem”, explica ela.
Para alcançar esse diálogo, a professora Elizabeth Orofino ressalta a importância de trabalhar a alfabetização constantemente: “A mudança é construída cotidianamente. Então, a principal questão é trazer para a esfera da Universidade a vida que pulsa na escola e os saberes/fazeres docentes. Dessa forma, é primordial considerar o dia a dia da escola básica para pensar uma pesquisa e um projeto de alfabetização implicado com as pessoas, sujeitos constituídos na linguagem”.
A coordenadora também enfatiza que a alfabetização deve levar em conta, a tríade oralidade, leitura e escrita. Para a professora Maria Margareth Wanzeler, que fazia parte do público do evento, essa perspectiva “é de grande relevância, porque é um método prático, fácil e interessante. Eu, que já trabalhei com ensino de jovens e adultos, penso que incitar conversas para depois colocar no papel é proveitoso tanto para o professor quanto para o aluno e nos leva para muito além do que é aprendido só na teoria universitária”. Além de concordar com o que foi debatido, a participante já planeja estar no próximo FALE: “No próximo, eu quero até participar mais, me informar mais e saber mais sobre essas práticas”.
Outros Projetos - O FALE será realizado mensalmente na UFPA, com atividades interligadas ao Clube de Leitura Tertúlias do Grão Pará. Além disso, junto com o Fórum, o LASEA pretende criar o Laboratório de literatura, interdisciplinaridade e multimeios, para o letramento literário do futuro professor do ensino básico e, também, uma bebeteca e uma biblioteca de literatura infantil e juvenil no IEMCI.
Mesmo com esses projetos, em relação ao futuro, a Coordenadora promete que: “Sempre teremos essa mesma dinâmica no FALE, o professor do ensino básico e o professor da universidade dialogando sobre uma prática que acontece na escola, não em uma perspectiva que seja hierarquizada, mas numa perspectiva simétrica. Afinal, nós estamos no mesmo lugar: somos professores”.
Texto: Alice Palmeira - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Nayana Batista
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