I Seminário de Diversidade debate políticas afirmativas e combate ao preconceito no meio acadêmico
A promoção de debates sobre a inclusão social dos diferentes atores representativos que convivem no espaço acadêmico da Universidade Federal do Pará é a proposta do I Seminário de Diversidade, ocorrido nos dias 15 e 16 de maio, no Centro de Eventos Bendito Nunes, no Campus de Belém. A iniciativa faz parte das ações institucionais de aprimoramento das políticas afirmativas e de combate ao preconceito no meio acadêmico.
O evento é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão, por meio da Diretoria de Programas e Projetos (Proex/DPP) e surge de um conjunto de demandas que se manifestam no interior da Universidade. De acordo com o diretor da DPP, professor Edval Bernardino Campos, entre essas demandas, a questão do preconceito, seja contra estrangeiros, negros, população LGBTS, seja contra indígenas, é a preocupação da Instituição.
“Nós observamos que a UFPA precisa ser assumida como uma comunidade heterogênea e como uma comunidade do diverso. É por isso que este seminário pretende aprimorar o nosso trabalho com as políticas de ações afirmativas. Nós já demos passos importantes no que concerne ao processo de acesso e de permanência na Universidade, mas nós temos um défice com a questão do pertencimento, ou seja, o diverso pertence a uma comunidade de heterogêneos. Por isso o objetivo central do seminário é elucidar essa questão, trazer o debate envolvendo os diferentes atores da UFPA”.
Para o pró-reitor de Extensão, Nelson de Souza Junior, a UFPA assume, incondicionalmente, a diversidade, a inclusão como um de seus elementos mais constituintes. “Nós não queremos apenas ter ou possuir diversidade na Instituição. Nós queremos ser uma universidade enquanto diversidade, isso é bem diferente. Isso, por certo, exigirá de nós um esforço que talvez, hoje, nem saibamos qual seja, mas nós resolvemos ousar. Que este seminário seja o início de um novo ambiente, de uma nova atmosfera aqui entre nós”, declarou.
A mesa de abertura contou com a presença do vice-reitor da UFPA, Gilmar Silva, na ocasião representando o reitor Emmanuel Tourinho; dos pró-reitores Nelson de Souza Junior, de Extensão (Proex); e Edmar Costa, de Ensino de Graduação (Proeg); da diretora de Pesquisa e Pós-Graduação, Germana Sales; da coordenadora de Assessoria de Diversidade e Inclusão Social da UFPA, Zélia Amador; e dos representantes da Diversidade, os estudantes Geraldine e Anderson.
Na abertura dos debates, o vice-reitor, Gilmar Silva, fez um panorama histórico dos conflitos gerados nas Instituições de Educação Superior no Brasil, os quais têm origem nas diferenças sociais. Ao longo da história, as universidades brasileiras foram espaços de formação de uma elite, mas a ação coletiva de muitos colegas mostrou e ainda mostra que todos têm direitos. “Isso tem sido um exercício permanente, que tem dado bons resultados, mas é uma ação cotidiana, de algo que não se resolve de um dia para o outro. São lutas permanentes de colegas que compreendem esse processo e sabem que isso é resultado de muitos embates internos e externos, para que tivéssemos ações afirmativas que fossem além das políticas momentâneas”, frisou.
Demandas e debates - A programação segue com os debates e a participação de representantes de movimentos sociais indígenas, quilombolas, negros, mulheres, LGBT, pessoas com deficiência, estrangeiros e de cotas sociais, na apresentação de demandas referente ao processo de inclusão social na UFPA. O evento inclui, ainda, diversas atividades culturais. “A universidade assume um papel fundamental quanto ao assunto da diversidade, porque a minoria da população em si, hoje, sofre um retrocesso, sobretudo por causa do preconceito contra esses grupos. Por isso é importante estarmos aqui reunidos para debater essa questão”, disse o representante indígena Anderson Karipuna, aluno do curso de Direito na UFPA.
A temática sobre “o preconceito como a negação do outro” teve a participação da coordenadora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social da UFPA, professora Zélia Amador; do defensor público Johny Giffoni e da diretora da Edufpa, Simone Neno. O debate ocorreu nesta quarta-feira, dia 16, a partir das 8h30.
Outro momento importante do seminário foi a apresentação de um painel com a participação de diversos grupos, os quais farão a apresentação de suas demandas. Com base nessas discussões, será elaborada uma Carta de Compromissos Institucionais da UFPA para com a comunidade acadêmica e para com a sociedade.
Texto: Ericka Pinto – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes
Redes Sociais