Pós-graduando mexicano defende tese pioneira no Programa de Pós-Graduação em História, via OEA
O bacharel em Arqueologia e mestre em Antropologia Raúl Aguilera Calderón tornou-se, nesta segunda-feira, 21 de maio, o primeiro pós-graduando a defender tese no Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, por meio do convênio estabelecido entre a UFPA e a Organização dos Estados Americanos.
Raúl Aguilera é mexicano e sua tese, Las danzas entre los xi’oi (pasmes) de Santa Maria Acapulco durante el siglo XVIII: corporeidad, gestualidade e intransigência, foi orientada pelo historiador Márcio Couto Henrique. A banca examinadora foi composta pelos professores Giselle Guilhon Antunes (PPGARTES/UFPA), Jane Felipe Beltrão (PPGA/UFPA), Márcio Augusto Freitas de Meira (Museu Goeldi) e Cristina Donza Cancela (PPHIST/UFPA).
O trabalho teve como objetivo registrar e analisar duas danças para pedir chuva entre os índios xi’os (pasmes), de Santa Maria Acapulco, um grupo autóctone que habita a Sierra Gorda, em San Luis Potosí, México. Empregando uma abordagem multidisciplinar, Aguilera Calderón estudou os motivos, as coreografias, as técnicas corporais, a música, a parafernália, os personagens, o cenário, aspectos tradicionais das danças mitote e malinche, no século XVIII.
São danças que apresentam sentidos antagônicos determinados por contextos temporais diferentes. A mitote é fortemente enraizada em seu passado pré-hispânico, enquanto a malinche possui características do conjunto de festas introduzidas pelos colonizadores espanhóis.
Em relação ao convênio estabelecido com a OEA, o coordenador do PPHIST da UFPA, Maurício Costa, disse que se trata de um intercâmbio estabelecido com o objetivo de incrementar a cooperação Sul-Sul no campo da educação superior, especificamente na pós-graduação.
“As universidades brasileiras tem recebido alunos de mestrado e de doutorado de diversos países da América do Sul e América Central/Caribe. O convênio é importantíssimo para as universidades por contribuir para o incremento de novas orientações e temáticas nos programas brasileiros de pós-graduação”, avalia o coordenador.
Especificamente em relação ao PPHIST–UFPA, disse Maurício Costa que a presença de alunos estrangeiros via OEA tem ocorrido com regularidade nos últimos cinco anos, tendo sido desenvolvidas três dissertações de mestrado, além da tese pioneira de Raúl Aguilera Calderón.
Ao apontar um enriquecimento no cotidiano acadêmico por meio da troca de experiência entre discentes brasileiros estrangeiros, ele também destaca a riqueza do intercâmbio para os professores da UFPA ao possibilitar recortes temáticos inovadores, especialmente no que se refere ao campo de uma história transnacional.
Maurício Costa anunciou que o Colegiado do PPHIST confirmou o oferecimento de mais duas vagas para alunos do intercâmbio promovido pela OEA na próxima seleção anual do programa.
Texto: Walter Pinto – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes
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