Alfabetização é tema de debate entre professores da escola básica e da universidade

Com o tema "Menina bonita do laço de fita: qual é o segredo da prática da leitura e da escrita" foi realizada, nesta segunda-feira, 28 de maio, a segunda edição do Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita de Belém (FALE Flor do Grão Pará). O evento, organizado pelo Laboratório Sertão das Águas (Lasea), do Instituto de Educação Científica e Matemática (IEMCI), promoveu um diálogo entre professores da escola básica e da Universidade  para discutir o processo de alfabetização.

A programação gratuita iniciou às 13h, no Auditório José Vicente Miranda Filho, do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ/UFPA). Através da apresentação de projetos e experiências que envolvem os alunos na cultura escrita por meio do acesso à literatura, o Fórum defende a sala de aula como espaço privilegiado para a criação e a atualização de saberes e conhecimentos pedagógicos, e para a construção de uma alfabetização como possibilidade de ser, estar e experimentar o mundo de outro modo.

Para a abertura, estiveram presentes as professoras Ludmila Thomé de Andrade, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Ana Karina Lopes de Sousa Carneiro, da rede pública do município de Belém; Elizabeth Orofino Lucio, de Teoria e Prática de Alfabetização do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI/UFPA) e coordenadora do FALE; e Isabel Lucena, atual diretora geral do IEMCI.

“Quando estamos promovendo um evento, caminhamos para a concretização de ações que fazem parte da história do instituto e da licenciatura integrada, trabalhando em conjunto com outras ações, como o clube de ciências, pensando ser necessário formar o professor não apenas na formação inicial na graduação, mas que tenhamos sempre ações permanentes de formação”, explica Elizabeth Orofino Lucio. Segunda a professora, o FALE é uma extensão do trabalho realizado pelo IEMCI. O Instituto possui uma licenciatura integrada que objetiva formar professores do ensino básico, alicerçado em 4 alfabetizações (matemática, científica, digital e em língua materna).

Segunda edição - O desenvolvimento da segunda edição foi uma surpresa para os integrantes do Instituto. O evento se caracterizou como formação continuada para a maioria dos professores e a quantidade de participantes aumenta a cada edição. Neste sentido, um público tão numeroso quanto no primeiro fórum reforçou a importância de sua realização.

“Nós do instituto tivemos uma grande surpresa ao ver o montante de professores, inclusive de fora do município de Belém, interessados no nosso estado e no seu envolvimento com o evento. Isto vem da vontade colaborar com outros, tirar dúvidas e melhorar as práticas de alfabetização realizadas nas escolas públicas do nosso estado”, destaca Isabel Lucena.

FALE - O Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita de Belém surgiu na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) como um coletivo que congrega professores e faz parte da rede latino-americana de formação docente e da Rede Formard Brasil.

Segundo a coordenadora do FALE, o primeiro evento teve a participação de mil pessoas, em sua maioria professores da escola básica. Na segunda-feira, dia 28, mais de 200 professores participavam do Fórum, em um contexto de greve no país, que atrapalharia a locomoção dos mesmos.

“Durante a manhã, recebi várias mensagens questionando se o evento ainda iria acontecer, e esses professores estão aqui; então isso nos faz cada vez mais, em conjunto com a direção do Instituto, realizar esse sonho de ter o professor da escola básica junto com o professor da universidade, conversando sobre suas práticas e gestando uma nova formação ”, ressalta.

IEMCI – O Instituto iniciou o trabalho junto à educação básica no final da década de 70, incluindo a linguagem e a alfabetização mais recentemente. Os professores, majoritariamente da rede pública, alavancaram o clube de ciências e, em 2009, aprovaram o curso de Licenciatura Integrada de Ciências, Matemática e Linguagem, tornando esta uma corrente forte a ser trabalhada. Segundo a diretora geral do Instituto “o FALE de fato é uma ação importante que reforça esse trabalho que o IEMCI vem desenvolvendo desde o clube de ciência”.

Este ano, o IEMCI iniciou um trabalho com literatura infantil e juvenil, por meio Laboratório Sertão das Águas e do Clube de Leitura de Literatura Tertúlias do Grão Pará, com foco na formação leitora de futuros professores. “Aqueles professores que são leitores de literatura estão cada vez mais formando alunos leitores”, pontua Isabel Lucena.

Nos dias 2 e 3 de junho de 2018, o IEMCI e o Laboratório Sertão das Águas promovem o 1º Seminário de Literatura Infantil e Juvenil da UFPA durante a Feira Panamazônica do Livro.

Texto: Elizandra Ferreira – Assessoria de Comunicação da UFPA

Fotos: Nayana Batista