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Belém abre as portas para integração entre povos indígenas e populações tradicionais de 45 países

  • Publicado: Segunda, 06 de Agosto de 2018, 14h55

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Belém abre as portas para receber os mais de 1.600 participantes do Belém+30, evento que vai reunir pessoas de 45 países de todos os continentes e de todas as regiões do Brasil. Em pauta estarão os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais, aliados ao uso sustentável da biodiversidade em todo o planeta. O evento começa nesta terça-feira, 07 de agosto, às 16h30, no Hangar-Centro de Convenções da Amazônia.

Para a programação de abertura do Belém+30 estão confirmadas as presenças do  reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; da diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ana Albernaz; e do secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alex Fiúza de Melo, além de pesquisadores nacionais e internacionais, lideranças sociais, como a professora Inayê Guarani, reconhecida pela forte atuação na luta pelos direitos indígenas, especialmente, no que diz respeito à demarcação e proteção do território Ñanderu Marangatu, no município de Antonio João (MS). Indígenas da etnia Kaiapó também marcaram presença durante a abertura com uma apresentação cultural de música e dança específicas de suas tradições.  

O professor Flávio Barros, diretor-geral do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF-UFPA) e membro da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE) e da Sociedade International de Etnobiologia (ISE), vai presidir a mesa de abertura, que cortará ainda com Gustavo Soldati, presidente da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia; John Richard Stepp, vice-presidente Sociedade Internacional de Etnobiologia; Elaine Elisabetsky, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; William Balée, professor titular no Departamento de Anthropology, Tulane University, New Orleans EUA.

O Belém+30 inclui o XVI Congresso Internacional de Etnobiologia, o XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia, a IX Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação e, também, a I Feira Mundial da Sociebiodiversidade. Em quatro dias de evento, a expectativa é de um público superior a sete mil pessoas circulando diariamente pelo Hangar. Além de nove mesas- redondas, a programação acadêmico-científica-tradicional do Belém+30 terá 150 sessões de exposições e debates, 26 minicursos e oficinas, mais de 700 sessões de pôsteres, 31 lançamentos de livros, além de exibições de filmes etnográficos.

Declaração de Belém - O evento vai marcar os 30 anos do primeiro Congresso Internacional de Etnobiologia, realizado no Pará, em 1988. Na época, pesquisadores das ciências sociais e naturais, ambientalistas e representantes indígenas de 25 países elaboraram a Carta de Belém. O documento norteia o trabalho dos pesquisadores em relação à garantia dos direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais.

“A Declaração de Belém, inclusive, teve influência em alguns artigos da Convenção da Diversidade Biológica, um documento, que muitos países assinaram, sobre essa questão dos direitos dos povos tradicionais. Portanto, a declaração é uma espécie de regimento a ser seguido e a ser observado com afinco pelos pesquisadores. A gente sabe que as leis, hoje, estão cada vez mais sendo reformatadas no sentido de condicionar essas comunidades tradicionais que são detentoras desse conhecimento sobre a biodiversidade”, afirma o professor da UFPA, Flávio Barros, presidente da organização do evento.  

Com o tema central "Belém +30: os direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade, três décadas após a Declaração de Belém", o principal objetivo do evento é refletir sobre os avanços e os desafios da Carta de Belém, três décadas depois do primeiro encontro internacional de Etnobiologia.

Para o professor Flávio Barros, hoje a biodiversidade gera na geopolítica global muitos conflitos de interesse. “Por um lado, tem o grande capital, o agronegócio ou as grandes empresas querendo se apropriar de maneira capitalizada da biodiversidade, para uma perspectiva de lucro. Por outro lado, temos as comunidades tradicionais, os agricultores, os povos indígenas, que mantêm um outro tipo de relação com a natureza. É uma biodiversidade que é útil à reprodução da vida, tanto no campo material como simbólico. E essa biodiversidade tem o objetivo principal de trazer o bem viver para essas pessoas”.   

Cultura e sustentabilidade - No Belém+30 a relação homem-natureza também será destaque na Feira da Sociobiodiversidade. Serão quase 200 estandes só de indígenas, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores sem-terra, pescadores e agricultores familiares, com artesanato, óleos, produtos de higiene e beleza, plantas medicinais e alimentos. Tudo originário do conhecimento secular desses povos, e que representam seus modos de vida integrados à natureza e sem agredir o meio ambiente. Será uma grande amostra das alternativas à geração de renda baseada na coletividade e no bom uso dos recursos naturais.

Além disso, a feira terá um espaço garantido para a integração com as crianças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e demais povos tradicionais. É o espaço Etnozito com oficinas ambientais, poesia de brinquedo, contação de estória e musicalização.

Darrell Posey - Paralelo à programação no Hangar, o evento também terá a exposiçãoOs Kayapó e Yairati: saberes e lutas compartilhadas”. A mostra também abre nesta terça-feira, 07, às 10h, no espaço Rocinha do Parque Zoobotânico, no Museu Paraense Emílio Goeldi. A exposição é uma homenagem ao antropólogo e biólogo Darrell Addison Posey (1947-2001) que, na década de 1980, coordenou o “Projeto Kayapó”, um programa que envolveu pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e abriu caminho para práticas interdisciplinares e colaborativas de pesquisa. Junto com outros pesquisadores do Museu Goeldi, o antropólogo fundou a Sociedade Internacional de Etnobiologia e realizou o primeiro congresso internacional, onde foi elaborada a “Declaração de Belém”.  

Realização - O Belém+30 é promovido pela Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e a Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE). Em Belém, a organização é da Universidade Federal do Pará (UFPA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), em parceria com diversas outras instituições de ensino e pesquisa do Brasil e de vários países.

Serviço:
Belém + 30Belém + 30
XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia
XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia
IX Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação
I Feira mundial da Sociobiodiversidade

Programação de abertura: 07.08.2018
Hora: 16h30
Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia, Belém – Pa.
Programação completa na página do evento.

Texto e arte: Divulgação

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