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Dia do Estudante: o orgulho e os desafios de estudar na maior universidade do norte do país

  • Publicado: Sexta, 10 de Agosto de 2018, 15h05

01.08.2018 Fotos André Nayana Batista 8

Neste sábado, 11 de agosto, é comemorado o Dia do Estudante, e de estudante a Universidade Federal do Pará entende bem: são mais de 60 mil alunos, entre todos os cursos de graduação e pós-graduação que a Instituição oferece, um cenário de realidades bem diversas. Para muitos desses alunos, estudar na maior universidade do norte do país é motivo de orgulho, entretanto o caminho também é repleto de desafios.

ElinieteEliniete Fidelis, aluna do curso de Medicina, é indígena e veio do interior do estado do Amazonas para estudar na UFPA. Ao iniciar o curso em 2013, por meio do Processo Seletivo Especial (PSE), ela lembra que a adaptação foi difícil, que pensou em desistir dos estudos diversas vezes, mas o apoio de colegas de curso e o auxílio financeiro que ela recebeu foram fundamentais para garantir sua permanência na Universidade. “Assim que cheguei, me senti em uma terra estrangeira, tive que me acostumar com muitas coisas novas. Mas fui muito bem acolhida em minha turma e esses alunos, independente de suas diferenças, foram e são cruciais para o meu bom desempenho na faculdade”, ressalta.

A estudante frisa ainda a importância de ações afirmativas para indígenas realizadas na Universidade e exalta a importância de iniciativas como o Programa de Tutoria Quilombola e Indígena, que realiza aulas que ajudam na adaptação dos alunos. Para Eliniete, estudar na UFPA é sinônimo de orgulho. “A UFPA representa pra mim, uma das partes mais importantes da minha história, pois me deu a oportunidade de estar realizando um grande sonho. A UFPA é um pilar importante desta conquista”, conclui.

01.08.2018 Fotos André Nayana Batista 1Auxílios que fazem a diferença - Assim como Eliniete, o aluno de Jornalismo, André Gomes, veio de longe para estudar em Belém. Ele é de Tucuruí e conta com o apoio dos auxílios que a UFPA oferece aos alunos para que possam dar continuidade aos seus estudos. Além dos auxílios para permanência, existe a possibilidade de requererem auxílios para participar de eventos, auxílio kit acadêmico, para o aprendizado de língua estrangeira, dentre outros.

“Assim como eu, muitos outros alunos não têm os cursos que gostariam de fazer em suas cidades, e esses auxílios nos ajudam a conseguir cumprir esse objetivo. Pode não ser tudo, mas já é alguma coisa. Se não fosse esse auxílio, eu não teria como ficar aqui”, conta o aluno que recetemente teve um trabalho premiado em um evento nacional do qual participou com apoio de auxílio da Pró-Reitoria de Extensão.

André conta ainda que sempre sonhou em cursar Jornalismo e por isso enfrentou as dificuldades e mudou de cidade para realizar o seu sonho. Para ele o esforço está valendo a pena. “Eu tive que abrir mão de muitas coisa pra vir pra cá e, apesar de em nenhum momento  ter pensado em desistir, às vezes batia uma tristeza por estar só aqui. Mas eu tenho uma paixão pelo Jornalismo, gosto de ouvir e contar histórias, então, por estar realizando esse sonho, eu vejo que vale a pena passar por essas dificuldades”, justifica.

RoseBusca pela superação - Entrar na universidade também era o desejo de Rose Lobo. “Eu nasci com uma doença chamada glaucoma e a referência de tratamento era no Hospital Bettina Ferro. Então venho aqui desde os sete anos de idade e ver o movimento dos alunos indo e vindo fez nascer o desejo de estudar aqui. Eu sempre pensava ‘um dia eu cruzo esses portões não como paciente, mas como estudante’”, lembra. Hoje ela cursa História na UFPA, se diz honrada por estar na universidade.

Por causa da doença, Rose ficou cega aos 22 anos e, ao entrar na universidade, em 2014, passou por algumas dificuldades. A estudante diz que, nesse período, muitas coisas já melhoraram, como a estrutura de acessibilidade no Campus Básico. “O diálogo com a instituição também já vem melhorando muito. Hoje tem a Coordenadoria de Acessibilidade da UFPA que atende às nossas demandas”.

IsraelIntercâmbio cultural - Para Israel Hounsou, estudante do curso de Ciência da Computação, vir estudar na UFPA foi um desafio. Ele é de Benin, país localizado no continente africano, e veio para fazer intercâmbio. “Estudar num país diferente, onde tem uma cultura diferente, é sempre desafiador, porque você tem que aprender um pouco a cultura do outro, e eu acabei aprendendo a língua, as gírias e outros elementos da cultura, como a gastronomia, a dança, entre outros”, diz.

Israel está aqui desde 2014 e já se considera um pouco brasileiro. Para ele, a experiência foi transformadora e pretende levar tudo o que aprendeu aqui de volta para seu país. “A gente aprende também muita coisa além do que o nosso curso nos proporciona. Não posso dizer que estou somente aprendendo coisas de computação, como programar. O Israel que eu era antes de vir pra cá não é o mesmo Israel de hoje em dia, então vou levar tudo o que tenho aprendido aqui”, acrescenta.

Texto: João Pedro Bittencourt - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Nayana Batista e Arquivo Pessoal

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