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União e força marcam atividades da Associação dos Estudantes Indígenas na UFPA

  • Publicado: Sexta, 17 de Agosto de 2018, 15h44

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“A nossa sala é a nossa maloca”, conta com carinho Eliene Putira, presidente da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na Universidade Federal do Pará (APYEUFPA). Localizada no Bloco D do Campus Básico, a sala é o ponto de encontro dos estudantes indígenas e serve de apoio para a permanência do grupo na Universidade.

11.07.2018 Nayana Batista 5373x212Dez minutos na sala da APYEUFPA é suficiente para perceber que o ambiente exala apoio, união e companheirismo. Essas são características marcantes das 34 etnias presentes na UFPA que, apesar de muito diversas, chamam uns aos outros de “parentes”. “É um ponto de encontro não só para trabalho e pesquisa, mas também para conversar, conhecer a cultura de cada um e se ajudar nos estudos”, explica Antônio Piratapuia, estudante de Jornalismo e integrante da associação.

Eliene Putira ressalta que a APYEUFPA existe para que os indígenas saibam que não estão sozinhos. “A associação é o local de interação dos indígenas na UFPA. Eles precisam de suportes acadêmico e pedagógico para que permaneçam na Universidade”. Segundo ela, o companheirismo é a base para novas conquistas. Na associação, a pluralidade de tribos se torna motivo de união e compartilhamento de conhecimentos, histórias e jenipapo para fazer pinturas corporais.

11.07.2018 Nayana Batista 1373x212As pinturas chamam atenção de colegas não indígenas que, movidos pela curiosidade e admiração, visitam a sala e logo ganham seu próprio desenho. Mas a troca mais especial ocorre entre os próprios indígenas, que carregam no corpo a pintura de outras tribos para simbolizar a união do grupo.

É o caso de Virginia Arapasso, de Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas. Com o fim do semestre, a estudante retorna à aldeia de sua família pela primeira vez desde que ingressou em 2016 e não esconde o sorriso ou o orgulho de carregar pinturas de sua tribo e de outras que conheceu na Universidade. “A gente interage com indígenas do Pará e também do Amapá, Amazonas... A diversidade é muito importante aqui”, conta a aluna.

11.07.2018 Nayana Batista 4373x212Associação - A sala da APYEUFPA fica aberta todos os dias, das 8h às 18h. Os estudantes fazem questão de dizer que qualquer um pode entrar e conhecer um pouco mais sobre a cultura e a forte presença indígena na Universidade. “Logo, logo a sala vai ficar pequena demais pra gente”, observa Virgínia. Ainda bem! Sinal de que o número de indígenas cresce ainda mais por aqui. Atualmente, são 185 alunos matriculados na graduação e 5 na pós-graduação. E a presidente da associação garante: "isso é só o começo".

Mobilização marca a trajetória - A sala da associação é pequenininha, ao contrário da história de lutas e resistência dos estudantes indígenas da Instituição. Entre as dificuldades enfrentadas, estão as lacunas de aprendizagem por falta de educação básica satisfatória nas escolas das aldeias, a dificuldade de aprender a língua, a competitividade na vida acadêmica, o racismo e a distância do campus para as suas aldeias de origem.

11.07.2018 Nayana Batista 14373x212A sala foi mais uma das conquistas do grupo, que já venceu a luta por reserva de vagas para indígenas, passou a participar da comissão do Processo Seletivo Especial (PSE) e trouxe melhorias no sistema de admissão desses estudantes. “As ações afirmativas da UFPA acabam sendo referência para outras universidades. Nós somos a única universidade no Brasil em que calouros indígenas e quilombolas recebem bolsa emergencial”, comemora Putira.

Além da reserva de vagas e do auxílio financeiro, a Universidade também oferece um prazo maior para a habilitação dos alunos, que precisam se deslocar de diferentes pontos da região para chegar à UFPA.

16 08 2017 Seminario Indigena foto Alexandre Yuri 12Auxílio acadêmico aos alunos - Além das reuniões e atividades na sala da associação, a APYEUFPA realiza, em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão, o PET-QI (Programa de Educação Tutorial para Quilombolas e Indígenas). Localizado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), o programa oferece monitoria aos quilombolas e aos indígenas que precisam de orientações acadêmicas, reforço de língua portuguesa, informática e disciplinas específicas ou uma mãozinha com a ABNT.

Há também monitorias no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) nos turnos da manhã e da tarde, e, a partir deste mês, o projeto expande as atividades para o Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ).

Serviço:
Associação dos Povos Indígenas Estudantes na Universidade Federal do Pará (APYEUFPA)
Campus Básico, Bloco D. Aberto de segunda a sexta, das 8h às 18 horas.
Fanpage, acesse aqui
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Texto: Mariana Vieira - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Nayana Batista e Arquivo Ascom (Alexandre Yuri)

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