Auto do Círio 2018 celebra “Maria, diversidade do amor”
A Escola de Teatro e Dança ETDUFPA) do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Diretoria de Arte, Cultura, Esporte e Lazer (Dacel), da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), apresenta, nesta sexta-feira, 12 de outubro, às 19h, o "Vigésimo Quarto Auto do Círio - Ano 2018", com o tema "Maria – Diversidade do Amor". O Auto do Círio 2018 recebe as assinaturas do professor mestre Tarik Coelho, na coordenação geral; do professor mestre Cláudio Didimano, na direção cênica; e do professor doutor Miguel Santa Brígida, na curadoria.
O tema -"Maria – Diversidade do Amor" tem a missão de falar da Belém diversa culturalmente, da diversidade religiosa da cidade, da diversidade artística, da diversidade do amor, das matrizes negras do amor; das matrizes indígenas do amor, das matrizes católicas do amor e das matrizes dos encantados, noções de circularidade abrangendo o sentido da vida, o sangue circula pelo corpo humano, pelas encruzilhadas e pela fé de cada gente que cruza as ruas no mês de outubro na cidade de Belém.
Plural e múltiplo - É neste momento de celebração para a Nossa Senhora de Nazaré que devemos refletir o nosso fazer artístico, que compromissos temos com os fatos sociais e históricos da capital paraense e do mundo. Aqui, classificamos o nosso fazer artístico como plural e múltiplo. A intenção do diretor cênico Claudio Didimano, neste momento, além de mostrar uma relação de afeto e carinho com a cidade, é celebrar Maria - diversidade do amor, abrindo, desta forma, o espaço sobre a cultura da diversidade do amor em nossa cidade e em nossos corações, tornando-se possível misturar nossas emoções, com os sons de nossas cores, de todas as nossas Marias, para todos nós, artistas da Amazônia.
A consolidação da cultura brasileira, apesar de ter construído historicamente mitos sobre o modo como lidamos com a diferença, é marcada por um sentimento de intolerância em relação à cultura do outro, no lugar do outro e com o outro. Não é incomum vivenciarmos agressões e mortes que ocorrem com as pessoas em nossa sociedade, o que desconstrói qualquer concepção mitológica sobre o modo como nos relacionamos com a vida.
Humanidade - O amor é um mundo marcado pela diversidade, pelo pluralismo de etnias, povos, agrupamentos, identificações, subjetividades e representações do universo. O diálogo dessa vida é algo que compõe a condição humana e está intrinsecamente ligada à ideia de humanidade, que só existe e só é possível na diversidade da própria vida.
A diversidade do amor pode ser respeitada a partir de diferentes formas, sendo mais comumente relacionada com as noções de variedade, pluralidade e diferença das cores de afetos. O diverso, portanto, é o diferente na medida em que ele também é igual a mim, enquanto eu sou o diferente do outro, o amor.
“Na contemporaneidade, a nossa condição humana aliada à diversidade é um dado, um fato, é uma realidade. O foco central e fundamental da diversidade em sua forma mais humana gira em torno das encruzilhadas dos afetos, ou seja, o diferente com o outro, a diversidade do amor”, comentou o professor Claudio Didimano, diretor cênico do Auto.
Histórico - O Auto do Círio, como programa de extensão universitária, foi criado em 1993, pelo professor Marco Ximenes, reitor da época, pela professora Zélia Amador de Deus, vice-reitora, com Margareth Refkalefsky, diretora do Núcleo de Arte da UFPA, hoje Instituto de Ciências da Arte (ICA), com o objetivo de revitalizar o Centro Histórico de Belém por ocasião do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, possibilitando o exercício da prática e do ensino das artes por meio do Teatro de Rua.
O projeto contou, inicialmente, com o teatrólogo Amir Haddad, que realizou a primeira oficina de Teatro de Rua e dirigiu as montagens do cortejo nos anos de 1993 e 1994. A partir de 1995 até 2009, o projeto, já transformado em programa de extensão, passou a ser coordenado e dirigido pelo professor Miguel Santa Brígida. Em 2010, assumiram a coordenação do projeto, assim como a direção do espetáculo, os professores Francisco Edilberto Barbosa Moreira (Beto Benone) e Cláudia Suely dos Anjos Palheta, e em 2014, assume a direção cênica o professor Adriano Furtado, e a coordenação do projeto passa a ser realizada pela professora Cláudia Palheta.
A partir de 2015, o Auto do Círio passa a ser coordenado pelo professor Tarik Coelho, que, por sua vez, vem colaborando com o evento desde 2005, com uma equipe que vem ajudando a realização das últimas edições do Programa Auto do Círio.
UFPA no Círio - Vale ressaltar que o Auto do Círio tem se firmado como um cortejo belíssimo, que, ano após ano, consolida a identidade da UFPA nas ações do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. É válido evidenciar também que este programa visa estruturar ações com a comunidade paraense que possam possibilitar o desenvolvimento sociocultural e aprimoramento técnico dos atores, bailarinos, cantores, cenógrafos, figurinistas e demais artistas envolvidos no projeto. Estas ações além de estabelecerem vínculos entre os envolvidos com o processo, visam apresentar um cortejo dos artistas para homenagear Nossa Senhora de Nazaré, aproximando, assim, a comunidade da Universidade Federal.
O cortejo se inicia às 19h, do dia 12 de outubro de 2019, na rua Dom Bosco/ Praça do Carmo, no bairro Cidade Velha, seguindo pelas ruas Dr. Assis, Padre Champagnat /Largo da Sé e Tomázia Perdigão até a praça D. Pedro II, em frente aos Palácios Lauro Sodré e Antônio Lemos, onde ocorrem a apoteose e o encerramento do cortejo.
Serviço:
Vigésimo quarto Auto do Círio - Ano 2018
Data: 12/10/2018
Local: saída da Praça do Carmo, que fica localizada na rua Dom Bosco, no bairro Cidade Velha, em Belém.
Texto: Tarik Coelho, coordenador geral do Auto e Claudio Didimano, diretor cênico do Auto
Arte: Divulgação
Redes Sociais