Casa de Estudos Brasil-África debate as relações culturais da população negra latino-americana e caribenha
Durante dois dias de encontro, pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Pará terão a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre as relações culturais da população negra latino-americana e caribenha. O evento é promovido pela Casa de Estudos Brasil-África, com o apoio da Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer/UFPA). A programação foi aberta nesta quinta-feira, dia 22, no Auditório Setorial Básico, no Campus do Guamá.
O Seminário intitulado “Afro-Latino-América e o Caribe: pensamento e ação contra a escravidão, o racismo e em prol da igualdade” coloca em discussão as relações culturais e suas características comuns de formação e desenvolvimento. O evento faz parte das comemorações pelos 130 anos da Abolição da Escravatura no Brasil e tem como foco a luta dos escravizados e seus descendentes contra a escravidão e contra o racismo, pela igualdade, até os dias atuais.
Para a mesa de abertura foram convidados o reitor da UFPA em exercício, professor Gilmar Silva; o Diretor de Relações e Acordos Internacionas da Prointer, Cláudio Szlafsztein; o superintendente de Assistência Estudantil (Saest), José Maia Bezerra, e o coordenador da Casa Brasil-África, professor Dionísio Lázaro Baró.
Em seu pronunciamento, Gilmar Silva destacou a participação de alunos estrangeiros na Universidade e a importância de dialogar sobre as relações culturais entre a África e o Brasil. “A maioria dos nossos alunos estrangeiros são africanos e nós temos uma relação cultural muito próxima e aprendemos muito com eles. Isso é fundamental, principalmente na perspectiva de inclusão desses alunos, porque aqui temos também quilombolas, indígenas e pessoas portadores de deficiência. Por isso, o diálogo é importante e este Seminário tem esse papel, reunindo estudiosos para promover essa reflexão.”
O Diretor de Relações e Acordos Internacionas da Prointer, Cláudio Szlafsztein, falou do fortalecimento das relações da UFPA com outros países, culturas e universidades, por meio da criação de Casas de Estudos ou de Cátedras, como a Casa de Estudos Germânicos, a Casa de Estudos Brasil-África e a Cátedra João Lúcio de Azevedo, em parceria com Portugal. “A ideia é ser uma Universidade que fortaleça e promova esses vínculos, e a África para nós, de vários pontos de vista, tem se transformado em tema central, particularmente por recebermos desse continente o maior número de alunos estrangeiros.”
A programação do Seminário continua nesta sexta-feira, dia 23, com a apresentação de painéis com temas relacionados à participação dos negros nas lutas sociais, à religião e às expressões artísticas afro-americanas e caribenhas. À tarde, serão abordadas as relações históricas e culturais entre Brasil e Caribe, a partir de pensadores haitianos. “Temos um passado comum, ideias comuns e uma história de luta que, infelizmente, não a conhecemos como deveríamos. A partir de agora, neste seminário, nos comprometemos a mostrar o lado lutador, o lado produtor de conhecimento de ciência dos afro-americanos”, disse o coordenador da Casa Brasil-África, Dionísio Baró.
Texto: Ericka Pinto - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Beatriz Araújo
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