Professor Agostinho Ramalho Marques Neto recebe da UFPA título de Notório Saber

“É uma imensa honra. Uma alegria sem fim”. Com essas palavras, o professor maranhense Agostinho Ramalho Marques Neto recebeu das mãos do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, o título de  Notório Saber da Universidade Federal do Pará. A cerimônia de entrega do título foi realizada na última sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, no auditório da SEGE. A partir da outorga, o professor, responsável pela formação de muitos pesquisadores no Brasil, se torna membro acadêmico da UFPA, podendo atuar nos programas de pós-graduação da Instituição..

Além do reitor da UFPA, estiveram presentes à cerimônia o professor Antônio Maués, diretor-adjunto do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA e um dos responsáveis pela proposição da outorga do título ao homenageado; o professor Paulo Sérgio Weyl Albuquerque Costa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito, que também foi um dos proponentes; a professora Jane Beltrão, representando o Consepe, que  aprovou o reconhecimento do professor em sessão realizada em agosto; além de familiares do homenageado, docentes, discentes e servidores técnico-administrativos da UFPA.

A resolução que regulamenta a entrega do Título de Notório Saber estabelece que a personalidade escolhida deve ter uma contribuição acadêmica excepcional, e, neste sentido, os depoimentos que compuseram o processo de escolha do professor Agostinho Ramalho mostraram a importância de suas contribuições para o desenvolvimento de um pensamento interdisciplinar e crítico de várias gerações de pesquisadores. “Eles ressaltam não apenas a trajetória do professor Agostinho no campo do Direito, mas também a capacidade de interlocução com diferentes campos do conhecimento humano, dedicando-se a uma produção mais propriamente interdisciplinar. Esse diálogo interdisciplinar é fundamental para entender a diferença entre Direito e Justiça na atualidade”, ressaltou Emmanuel Tourinho.

Para Antônio Maués, ao fazer o uso original das palavras para renovar a filosofia do Direito no Brasil, o professor contribuiu para a realização de um diálogo com a Epistemologia, a Filosofia Política e a Psicanálise. Com isso, desde a sua primeira vinda à UFPA, em 1987, para falar do livro livro “A ciência do Direito: conceito, objeto e método”, várias gerações de diferentes áreas de conhecimento têm se beneficiado. “Há inúmeros testemunhos sobre o impacto do seu modo de ensinar e transmitir. Quem frequentou algum de seus famosos cursos, viu como se ampliava o campo das realidades possíveis e como o diálogo com os textos possibilita novos saberes”, lembra o Diretor-Adjunto do ICJ.

Feliz e honrado ao receber este reconhecimento da Universidade Federal do Pará, Agostinho Ramalho vê o momento como uma condecoração da trajetória da sua vida e de seus estudos nos campos do Direito, da Filosofia e da Psicanálise. “Uma das últimas palestras que dei aqui foi para estudantes de Direito do início do curso. Eu vi nos rostos dos jovens como estavam sendo mexidos com aquilo. Nada me gratifica mais que isso. Isso é o que me estimula e me dá o ímpeto de continuar, ao longo desses mais de 50 anos na prática da docência, na luta pelos direitos, pelos Direitos Humanos e por uma política inclusiva. Isso é um projeto de vida e eu sinto como um coroamento deste projeto este reconhecimento que estou recebendo hoje”.

Expectativa para o futuro - O ânimo do professor será importante para as expectativas da UFPA. Pretende-se que, a partir deste momento, Agostinho Ramalho possa atuar no Programa de Pós-Graduação em Direito na Instituição, que tem se desenvolvido em um ambiente de cooperação com instituições e pesquisadores do Brasil e do exterior.

“Será muito bem-vinda a sua participação mais intensa junto ao nosso corpo de pesquisadores. Interessa à UFPA esta relação acadêmica por várias razões. Nós fazemos aqui uma ciência de valor universal, mas nós pretendemos também fazer uma ciência que se ocupe mais fortemente dos problemas que são próprios da nossa realidade social. Desse ponto de vista, temos muito a usufruir da interlocução de pesquisadores que conhecem, respeitam e contribuem com esforço para a construção, na Amazônia, de uma sociedade de cidadãos”, ressaltou o reitor da UFPA.

Texto: Maissa Trajano – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Nayana Batista