Escola de Teatro e Dança apresenta o espetáculo "Gota D´água - A voz que me resta"
A Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), por meio dos alunos dos Cursos Técnico de Teatro, Figurino Cênico e Cenografia, realizará sua prática de montagem, com o espetáculo teatral "Gota D´água - A voz que me resta", coordenado pelos professores mestres Marluce Oliveira e Paulo Santana. As apresentações ocorrerão no período de 19 a 23 de dezembro/18, em duas sessões diárias, às 18h30 e 20h30, no Teatro Universitário Cláudio Barradas (TUCB).
Esta produção coletiva é o resultado final das atividades letivas dos alunos do segundo ano do Curso Técnico de Teatro denominada Prática de Montagem.
A adaptação "Gota D´água - A voz que me resta" conta com um elenco de mais de 20 atores estudantes de Teatro concluintes do curso. A montagem é produzida e assinada também por estudantes dos cursos técnicos de Figurino Cênico e de Cenografia da ETDUFPA. Quanto à cenografia, a adaptação trará uma proposta dinâmica, que foge do clássico teatro de palco italiano, em que há uma quarta parede com o público.
A composição cenográfica vai dar um diferencial à montagem, por criar um jogo entre os diferentes sets e núcleos de personagens que, direta ou indiretamente, dialogam entre si, e o figurino terá um visual baseado na época em que se passa a trama, evidenciando as diferenças de classes e a moda hippie, que também predominava no período.
Sobre a obra - A história se passa no Rio de Janeiro, no período do AI 5 (o mais duro dos Atos Institucionais implantado pela ditadura militar) e retrata, muito além da malandragem carioca, as questões de classe, a pobreza, o poder e outras temáticas presentes e demonstradas em cada personagem dessa Medeia moderna.
A obra original, que teve cenas censuradas pelo regime militar, possui um forte discurso político, mostrando o desespero, a dor, a execução de vingança de uma sociedade que está, como o próprio nome do texto diz, em uma "Gota D´água" — a um passo de transbordar e de explodir. Muito disso é nítido na personagem Joana, mulher forte, que é a representação de um povo sem casa, sem chances e sem a voz que lhe reste; e também em Egeu, o mestre e paizão da Vila do Meio Dia (cortiço onde a história ocorre).
Dono de uma oficina de conserto de aparelhos, Egeu representa a luta de classes, por ser o responsável por engajar e convencer os outros moradores da vila a se unirem contra os abusos do empresário Creonte Vasconcelos, bicheiro que traduz o poder e a ganância. Egeu é o representante dos operários em um país governado por militares e em um mundo no contexto de disputa entre socialismo e capitalismo, na Guerra Fria.
Serviço:
Gota D´água - A voz que me resta
Data: de 19 a 23 de dezembro
Local: Teatro Universitário Cláudio Barradas (TUCB) - na Rua Jerônimo Pimentel, 546, esquina com a Travessa D. Romualdo de Seixas, no Bairro Umarizal, em Belém
Ingressos a R$10,00 inteira e R$5,00 meia.
Texto e fotos: Assessoria de Comunicação e Imprensa da ETDUFPA/ICA/UFPA
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