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Parfor UFPA entrega 66 novos pedagogos para a região do Marajó

  • Publicado: Segunda, 25 de Março de 2019, 15h22

SOURE1

O Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor) da Universidade Federal do Pará (UFPA) entregou 66 novos pedagogos à região do Marajó no final de semana. Na sexta, 22 de março, foi realizada a formatura da turma 02 de Pedagogia/Soure, com a marca de 39 concluintes. Já no sábado, 23, foi a vez dos formandos da turma 03 de Pegadogia/Soure, com 27 alunos. As cerimônias foram realizadas no Auditório Santo Agostinho, na cidade marajoara.   

As duas cerimônias foram presididas pela professora Sônia Amaral, designada para representar o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho. Participaram das cerimônias autoridades locais,  representantes do curso de Pedagogia do Parfor e professores homenageados pelas turmas.   

SOURE2O coordenador local do Parfor em Soure, João Ricardo Alves, conta que os concluintes são residentes de municípios vizinhos, como Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari. Para o coordenador, o Parfor mudou a vida de muitos professores na região das ilhas, levando a graduação acadêmica a lugares de difícil acesso no Marajó.

"A qualidade do ensino melhora, a escola ganha, os alunos ganham, coordenadores pedagógicos e diretores ganham, o município ganha com a formação desses professores", celebrou João Ricardo.

O coordenador destaca, ainda, o impacto provocado pelo programa na Educação Básica dos municípios. "O Parfor vem mudando nossa realidade desde 2012. Agora, com os novos graduados em Pedagogia, já vamos sentindo essa mudança de postura dentro de sala. A graduação mudou a didática deles, o processo de ensino e aprendizagem melhorou muito, tanto que os IDEBs das escolas começaram a melhorar", ressalta João Ricardo.

soureTransformando vidas - Uma das vidas transformadas pelo programa foi a de Leila Menezes, que já trabalhava na Educação Infantil há quatro anos e concluiu sua primeira graduação na turma de Pedagogia 02 do Parfor. 

"Este projeto se tornou um marco para vários colegas, assim como eu. Por meio do Parfor, comecei a ver o mundo de uma maneira diferente, passei a ver meus alunos de maneira diferente. Aprendi a não ser apenas uma professora, mas uma educadora", afirma Leila.

A turma começou com 40 alunos, 8 do município de Soure e 32 alunos de várias localidades do município de Salvaterra. Vários deles com limitações de acesso e locomoção. Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelos alunos, a turma chegou à cerimônia de formatura com 39 graduados e apenas uma evasão.

"Muitos de nós perdemos o emprego, assim como eu perdi, com mudanças de governo. Muitas colegas quiseram desistir. Se chegamos com 39 (na formatura), foi pela união, pelo companheirismo, pelo compromisso com nossos alunos e com a sociedade", diz a educadora.

Formação humanizada - Após a cerimônia de sábado, 24, a professora Sônia Amaral, representando o reitor na solenidade, realizou uma cerimônia de Colação de Grau na casa de uma aluna que passou mal e não pôde comparecer à formatura.

danielleDaniele Valle, de 35 anos, está em uma gravidez de risco e passou mal pouco antes da cerimônia, em que seria a juramentista da turma. "Ela estava fazendo as unhas quando se sentiu mal, ligou chorando avisando que não poderia mais ir. Quando a cerimônia acabou, nós pegamos a documentação e fomos até a casa dela, que fica perto da praia. Ela vestiu a beca, fez o juramento, eu fiz a leitura do texto conforme manda o ritual, ela recebeu o anel do seu esposo e assinou a ata", conta a professora Sônia Amaral, que foi professora da turma do Parfor. 

De acordo com a professora Sônia, nesses casos específicos, é permitido que a outorga seja feita fora da universidade. "Este é o diferencial do Parfor: olhar para a subjetividade, a peculiaridade, chegar a lugares onde o ensino superior não chegaria... Tem cada lugar de onde as pessoas vêm para estudar que a gente não imagina. Mostrar que o trabalho não olha só a estatística, mas também a formação do ser humano", afirmou a docente.

A aluna ficou emocionada e agradeceu o gesto ímpar. "Agradeci muito a sensibilidade e o olhar diferenciado para minha situação. Só vou ter o nenê em maio, sabe lá quando eu ia poder ir à universidade buscar o meu diploma. Isso não é nem profissionalismo, é um gesto de humanidade, coisa que a gente não vê hoje em dia", disse a nova pedagoga diplomada pela UFPA.

Texto: Thais Rezende e Alexandre Nascimento
Fotos: Ascom Parfor UFPA

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