Movimento dos Atingidos por Barragens apresenta a exposição “Arpilleras: bordando a resistência”
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) apresenta a exposição “Arpilleras: bordando a resistência”. A mostra iniciou-se no dia 18 de março e segue até esta sexta-feira, 29, no hall do Mirante do Rio, na UFPA. A exposição de arte traz um conjunto de 20 telas de tecido (Arpilleras), confeccionadas por mulheres que foram atingidas pela construção de barragens do setor elétrico na Região Amazônica.
Exposição – Por meio de cores e linhas, as peças narram um cotidiano de violações de direitos humanos e são expostas por meio de quatro eixos temáticos: violência, participação política das mulheres, energia e perda de laços familiares e comunitários. Dessa forma, são retratados temas como a exploração sexual de mulheres, a violência doméstica, o estupro, o direito à água e à informação, ao preço justo da conta de luz e o acesso a políticas públicas.
“O objetivo da exibição é mostrar o trabalho das mulheres em que o MAB tem atuação, que são mulheres diretamente atingidas e ameaçadas por grandes projetos. Por ser fruto de uma exposição nacional, a importância das peças estarem em Belém é dialogar com o público da Universidade, abordar a temática dos projetos da Região Amazônica e como essas empresas tratam as populações atingidas por barragens”, explica Luciele de Souza, representante da coordenação regional do MAB.
Arpilleras – Também conhecida no Brasil como arpilharia, é uma técnica têxtil, de origem chilena, que possui raízes numa antiga tradição popular iniciada por bordadeiras de Isla Negra, localizada no litoral chileno. As arpilleras (“juta”, em português) originais eram montadas em panos rústicos, provenientes de sacos de farinha ou batatas, inteiramente bordadas a mão. As peças tornaram-se uma forma de comunicar ao mundo, registrar a vida cotidiana das comunidades e afirmar sua identidade. Nas décadas de 70 e 90, o bordado se transformou em uma ferramenta política de denúncia contra o autoritarismo durante a ditadura de Augusto Pinochet e segue, até hoje, como instrumento de denúncia.
Programação – a exposição permanece no Mirante do Rio até o dia 29 de março, das 8h às 20h, com possibilidade de agendamento de grupos. Nesta quarta-feira, 27, será exibido o documentário “Tucuruí: A Saga do Povo”, às 16h. Na quinta-feira, 28, será exposto o filme “Arpilleras: Bordando a Resistência”, às 16h. Na sexta, 29, ocorrerá a roda de conversa “Mulheres de Luta”, às 17h.
Serviço:
Exposição “Arpilleras: bordando a resistência”.
Local: Mirante do Rio.
Data: até dia 29 de março
Hora: 8h às 20h
Texto e fotos: Nayana Batista - Assessoria de Comunicação da UFPA
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