Seminário de Iniciação Científica inicia ressaltando a importância da Ciência e da Educação para o desenvolvimento do Brasil
Nesta semana, ocorre o XXXI Seminário de Iniciação Científica da UFPA (Seminic). Com o objetivo de compartilhar com a comunidade acadêmica os resultados das pesquisas realizadas dentro da Universidade e demonstrar sua relevância para a ciência e a sociedade, o evento, que iniciou na última segunda-feira, 30 de novembro, segue até sexta-feira, 4 de dezembro, com uma programação que conta com palestras e apresentação de trabalhos de Iniciação Científica realizados na UFPA. Em virtude das medidas de prevenção à Covid-19, toda a programação do evento está sendo realizada virtualmente.
Na abertura do evento, que ocorreu na segunda-feira, 30, participaram da mesa o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; a Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Iracilda Cunha Sampaio; o professor Tércio Ambrizzi, representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ); e a Diretora de Pesquisa da pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), professora Germana Maria Araújo Sales. Em suas falas, os professores ressaltaram a importância de continuar incentivando a pesquisa dentro das Instituições de Ensino Superior (IES).
"Aprendemos na iniciação científica sobre a produção do conhecimento, a importância da investigação permanente e o esforço para ir além da fronteira do conhecimento. A UFPA realizou diversos avanços tanto na área de Pesquisa como na de Ensino e Pós-Graduação. E todos esses avanços têm como base a oportunidade que o Programa Insitucional de Bolsas de Iniciação Científica oferece para o desenvolvimento da vocação científica dos nossos discentes", pontuou o reitor Emmanuel Tourinho.
Já a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Iracilda Sampaio, lembrou a importância do Seminic como um espaço para que esses estudos possam ser compartilhados e usados em conjunto com outras pesquisas feitas no país. "Nós trabalhamos a iniciação científica, incentivamos e temos resultados positivos dos estudantes, seja dos que possuem bolsas, seja dos que não possuem. Isso nos dá muito orgulho. É gratificante ver que o conhecimento também torna os estudantes cidadãos partícipes da sociedade complexa que é a sociedade brasileira", observou a pró-reitora.
Para o professor Tércio Ambrizzi, representante do CNPq, a continuidade do evento, que chega à 31° edição, e sua adequação às demandas atuais têm sido fatores encorajadores e motivadores para todos os participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). "O Pibic dá uma oportunidade ímpar de o aluno estar próximo de um pesquisador e estar envolvido com uma pesquisa e também desenvolver uma visão acadêmica. Por meio da apresentação dos trabalhos e da interação feita, esses estudos serão um diferencial, pois irão contribuir para o engrandecimento de todos os alunos participantes. É pela influência dos jovens que o Brasil vai conseguir efetivamente se tornar uma potência. São os jovens que têm em suas mãos a capacidade para uma mudança definitiva", enfatizou o professor.
Desafios - A diretora de Pesquisa da Propesp, professora Germana Sales, também destacou o Pibic como um importante momento de descoberta, que se caracteriza como uma ferramenta que promove compromisso, responsabilidade, dedicação, disciplina, perseverança e ética que ajudam no crescimento de seus participantes. "No momento em que vivemos a negação da ciência, o obscurantismo e a crença em perfis que se opõem ao estudo e à pesquisa, é muito importante celebrar o momento em que estes jovens concluem seus trabalhos. Apesar de um ano interrompido, das universidades sem atividades presenciais e de um futuro incerto, permanecemos acreditando que o estudo, a pesquisa, a descoberta impulsionam o futuro e os objetivos para seres humanos bem formados, instruídos e cientes de que o aprendizado será reconhecido e o esforço irá valer a pena. Compartilho minha alegria de estar novamente aqui, mais uma vez iniciando e encerrando este ciclo de aprendizagem", expôs a professora Germana Sales.
A cerimônia de abertura foi encerrada com a apresentação musical "Canções de autoria Feminina do Pará", da professora Dione Colares, da Escola de Música da UFPA. Na apresentação foram expostos clipes musicais, produtos da tese doutoral da docente, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA.
Conferência de abertura - A abertura do Seminic contou ainda com a conferência "Ciência no Brasil, história, realizações e desafios", proferida pelo professor Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A mediação foi realizada pelo professor Luis Carlos Bassalo Crispino (PPGF/UFPA/CNPq), que retratou brevemente a importância da divulgação da produção científica e do Seminic como impulsionador desse conhecimento.
Durante a palestra, o professor Luiz Davidovich tratou sobre três pontos centrais: História, realizações e desafios. "A ciência e as instituições universitárias começaram muito tarde no Brasil, fruto da colonização que tivemos. No entanto, é impressionante o que nós conquistamos nesse breve período de tempo. A pesquisa veio tarde e é bom saber disso para valorizar o que é feito desde então. Muitas vezes as pessoas possuem uma visão negativa do que é feito no Brasil. às vezes enfrentamos situações difíceis, mas deu muito certo e é bom conhecermos essa história para saber o que já foi feito no país", declarou Luiz Davidovich.
O pesquisador defendeu que a ciência brasileira contribui muito com o Brasil e, inclusive, conseguiu se inserir em outros países e passou a ter grande influência e tendência a estabelecer parcerias internacionais. Ainda assim, são necessárias novas políticas de longo prazo para que o país consiga se desenvolver de forma adequada e para que sejam realizadas pesquisas em todas as áreas do conhecimento.
"Aplicar um projeto de futuro para o Brasil é seguir recomendações, mas é muito importante ter esse processo de construção de consensos que visam o desenvolvimento de maneira adequada, baseado em estudos e pesquisas que tratam individualmente sobre cada região. O que é mais urgente e emergente neste momento é resolver o problema de desigualdade social no país. É preciso investir mais em Educação. Estamos desperdiçando, no país, milhões de cérebros em todos os lugares, principalmente na periferia das grandes cidades. A qualidade da Educação Básica está conectada à questão da desigualdade. Precisamos melhorar a educação de modo que ela possa remover as diferenças oriundas do berço em que nasceram", finalizou o professor, reforçando a importância da educação, da ciência e da tecnologia para a luta contra as desigualdades e para um real desenvolvimento do Brasil.
Programação - O Seminário de Iniciação Científica segue com a programação até esta sexta-feira, 04 de dezembro, com atividades transmitidas ao vivo pelo canal da PROPESP no YouTube. Veja a programação completa para os próximos dias de Seminic.
Texto: Maiza Santos - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Reprodução da transmissão
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