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Semana do Meio Ambiente: Projetos da UFPA atuam no fomento à utilização de formas de energias limpas e renováveis

  • Publicado: Segunda, 07 de Junho de 2021, 17h46

SMA Energias limpas

Celebrado em 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente é um marco anual em que as Nações Unidas (ONU) realizam o levantamento de diversas pautas para o debate sobre a promoção de ações ambientais e a necessidade de proteger o planeta.  A data foi criada com a proposta de chamar a atenção de todos os governos mundiais e da população em geral sobre a necessidade de implantar medidas emergenciais para prevenir a degradação do meio ambiente. Entre diversas medidas possíveis, iremos  abordar, nesta primeira matéria da série, a importância e as vantagens da adoção de energias limpas e renováveis para a promoção do desenvolvimento sustentável – um dos objetivos da Organização das Nações Unidas.

Projetos em andamento na UFPA mostram o quanto essas formas de energia são benéficas tanto para o meio ambiente quanto para a economia. Um deles trouxe à Universidade ônibus elétricos, barco elétrico, eletropostos e usinas de geração fotovoltaica.  Trata-se do projeto de mobilidade elétrica do Campus Guamá, iniciado há um ano, sob a gestão do Centro de Excelência e Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), em parceria com a Norte Energia, atendendo à chamada 22 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), além de outras entidades do setor energético e tecnológico local e regional e dos  laboratórios do Instituto de Tecnologia (ITEC) da UFPA. Os laboratórios da UFPA participantes são: Laboratório de Computação e Telecomunicações (LCT), Grupo de Estudos em Redes de Computadores e Comunicação Multimídia (Gercom), Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados (Lasse) e Laboratório de Engenharia Naval (Labnav).

O projeto é responsável pela implantação do "Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia" (Sima) na UFPA e, entre as novidades recentes, traz a instalação do primeiro corredor verde da Região Norte, entre as cidades de Belém e Castanhal. São quatro eletropostos do projeto já instalados no Campus Guamá e um em Castanhal. “Com isso, a mobilidade elétrica já está disponível em nossa região, para população de Belém e de Castanhal, além de dar autonomia para veículos elétricos circularem em uma área razoável no entorno dessas cidades, uma vez que já há possibilidade de carregamento entre elas para quem quiser dispor de veículos elétricos”, afirma a professora Maria Emília Tostes, coordenadora das ações. 

Segundo Tostes, ônibus elétricos e barcos elétricos são soluções economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis para um problema que atinge, de modo geral, a sociedade paraense, que é o da mobilidade. “Nesse projeto, estamos construindo o barco elétrico e analisando a performance de dois ônibus elétricos que já estão em utilização, um urbano, que realiza trajetos dentro da Universidade (Guamá), e um ônibus intermunicipal, que fará a rota Belém-Castanhal, a qual delimita o primeiro corredor verde da Amazônia”, explica a pesquisadora.

energia limpa UFPAPara tornar isso realidade, foram instaladas duas usinas elétricas fotovoltaicas na Universidade, com armazenamento de energia em eletrocentro, além dos eletropostos, tanto de carga rápida como de carga lenta, bem como todo um sistema de comunicação de dados wireless para processamento de dados em nuvem, com a finalidade de que os usuários da comunidade universitária e os visitantes possam localizar os veículos (ônibus e barco) pelos celulares e avaliar qual o melhor, mais rápido, mais eficiente e ambientalmente seguro meio de transporte para seu deslocamento, além da possibilidade de a UFPA fazer a gestão de forma remota do uso desses modais, dos eletrocentros e das usinas geradoras.  

“A grande vantagem em utilizar um veículo elétrico é a não emissão de poluentes e de ruídos, ou seja, a limpeza do nosso meio ambiente e do ar que respiramos, o que acarreta a melhoria da qualidade de vida, e, com isso, gera ainda produtos de pesquisa, como dissertações e teses, balanços energéticos entre possibilidades de atendimento de energia elétrica ao Campus Guamá, diminuição de custos para a Instituição nas contas de energia, utilização de energia elétrica de forma mais responsável e segura”, ressalta a professora. 

Pioneirismo - Na Região Sul do Brasil, a mobilidade elétrica já é uma realidade. Por isso o projeto da UFPA tem sido desbravador da área na Amazônia. “Essa é uma realidade sem volta e estamos inovando em trazê-la para nossa região, com todas as dificuldades, já que essa tecnologia é de ponta e precisa de apoio também do poder público para a instalação de mais eletropostos”, continua Emília. 

A expectativa é que a utilização de carros elétricos possa se expandir na sociedade, levando em consideração que não emitem gases poluentes, não produzem barulho, têm baixa necessidade e frequência de manutenção, com inúmeros benefícios ambientais, mas, em razão do alto custo, seria necessária a participação do estado para realizar a ausência de subsídios dos impostos incidentes no seu valor de venda, além da implantação de um maior número de eletropostos.

Biomassa Energética – Dentro da perspectiva das fontes de energias alternativas/limpas, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – PPGEM/UFPA conduz o Projeto Biomassa Energética, que promove o uso de biomassa para geração de energia renovável. “Nosso objetivo é converter biomassa vegetal, incluindo resíduos, em energia elétrica ou térmica”, resume o coordenador, professor Manoel Nogueira. O trabalho consiste em converter o resíduo vegetal, um passivo ambiental sem valor econômico, num insumo com valor agregado, um combustível.

energia açaíAtualmente, o projeto utiliza como insumo caroço de açaí, cavaco de madeira, casca de castanha, óleo de cozinha, óleos vegetais de maneira geral, todos hidrocarbonetos, portanto combustíveis, que, de modo geral, não são valorizados como matéria-prima e, muitas vezes, acabam indo parar em lixões ou em algum aterro. Em laboratório, esses resíduos vegetais passam por um pré-tratamento para ser convertido em combustível, desenvolvendo processos de secagem, torrefação, adensamento e armazenamento. “Depois desenvolvemos processos para combustão dos resíduos. Se sólido, em caldeira, se líquido ou gasoso, em motores diesel e, finalmente, medimos as emissões para quantificar o impacto ambiental que eles causam”, explica o pesquisador.

Quem realiza esse trabalho é o grupo denominado Energia, Biomassa e Meio Ambiente (EBMA), que está vinculado à Faculdade de Engenharia Mecânica do ITEC. O grupo tem hoje 23 pessoas, sendo doutores, mestrandos, alunos de graduação, engenheiros e técnicos, todos alocados nos prédios do Labem e do Laboratório de Motores de Combustão interna, no Campus do Guamá. 

O projeto possui ainda uma colaboração ativa com o Centro de Pesquisa Agrícola Francês para o Desenvolvimento Internacional - Cirad, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), a UFSC, em Florianópolis, e a UFMG, em Belo Horizonte, além de participar da Rede Nacional de Combustão.

“Todos nós estamos habituados a comprar energia elétrica ou combustível. Reclamamos, mas compramos. Porém não percebemos que uma grande quantidade de energia que já nos pertence, nós jogamos no lixo. Ou seja, compramos energia e, ao mesmo tempo, jogamos fora energia”, observa Manoel Nogueira. “Todo esse combustível que jogamos fora gera poluição ambiental. Quem ainda não viu caroço de açaí jogado na rua, que se degrada produzindo odores fortes, gerando gases que provocam efeito estufa e proliferação de doenças? Lixo urbano é um problema crônico para as cidades, como acompanhamos o que ocorre no depósito de lixo da grande Belém”, complementa.

Atualmente, o projeto atende ao setor industrial. “Apresentamos os processos para as empresas e as orientamos a implantar os processos na sua linha industrial”. O resultado: menos impacto ao meio ambiente e menos gastos com energia. Neste momento, os pesquisadores estão envolvidos na criação da Rede Nacional de Torrefação, uma vez que esse tipo de pré-tratamento está se mostrando muito interessante para o setor produtivo.

Leia também:

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Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

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