UFPA celebrará o Centenário de José Saramago com Colóquio Internacional, lançamento de livro e concerto
Na manhã desta terça-feira, 16 de novembro, o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, anunciou a programação das Comemorações do Centenário de José Saramago na UFPA para 2022, que integra a programação oficial da Fundação José Saramago. Uma série de eventos especiais em homenagem a um dos maiores escritores de Língua Portuguesa, agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, será realizada pela UFPA, com o apoio da Fundação José Saramago.
O primeiro deles é um Colóquio Internacional “José Saramago: palavra, pensamento, ação”, que ocorrerá de 22 a 24 de agosto de 2022, no Centro de Eventos Benedito Nunes, com a presença confirmada de Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago. O curador do evento será o pesquisador português Carlos Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra e comissário para o Centenário de José Saramago, com cocuradoria de Simone Neno e Germana Sales, ambas da UFPA. A abertura do evento contará com a Conferência Inaugural de Carlos Reis, além de performance artística. Nos dias 23 e 24, haverá painéis de comunicação e, no encerramento, a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, da Universidade de São Paulo, proferirá uma conferência.
Na ocasião do Colóquio Internacional, será lançado o livro José Saramago. O Homem mais Sábio. Textos de doutrina literária e de intervenção social, editado pela Editora da UFPA. A obra tem seleção, introdução e notas de Carlos Reis.
No dia 16 de novembro de 2022, data dos 100 anos de nascimento do homenageado, será realizado um Concerto da Orquestra Sinfônica Altino Pimenta, da Escola de Música da UFPA, regida pelo maestro Miguel Campos Neto, no Theatro da Paz. Todas as atividades integram também a programação da Cátedra João Lúcio de Azevedo, da UFPA e Camões, Instituto da Cooperação e da Língua.
No anúncio, o reitor Emmanuel Tourinho destacou a importância da homenagem ao escritor português no atual contexto: “José Saramago nos deixou uma das literaturas mais necessárias para os tempos que vivemos, uma literatura que nos faz refletir sobre o modelo de sociedade que precisamos construir, mais justa e igualitária. Sua obra também é inspiradora para o debate sobre a sociedade que queremos para a Amazônia. Na programação que estamos organizando, essas e outras questões serão abordadas, contando com múltiplas leituras da obra de Saramago”.
Também participaram da sessão Maria Fernanda Granja Gonçalves Pinheiro, vice-cônsul de Portugal em Belém; Simone Neno, coordenadora editorial da Editora da UFPA; Germana Sales, professora de Literatura da Faculdade de Letras da UFPA; e Miguel Campos Neto, maestro da Orquestra Sinfônica Altino Pimenta, da Escola de Música da UFPA.
Na ocasião, o reitor da UFPA também recebeu uma coleção de recortes de jornais sobre José Saramago, colecionados pela professora Amarílis Tupiassu. A ideia é digitalizar e disponibilizar o material.
Primeira celebração - A celebração do Centenário de José Saramago congrega entidades diversas, em Portugal e em outras partes do mundo. Para a primeira ação comemorativa, a UFPA estabeleceu parceria com a Embaixada de Portugal no Brasil, com o Vice-Consulado de Portugal em Belém e com a Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e da Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec), para a realização da leitura do conto A maior flor do mundo, de José Saramago, por estudantes de escolas públicas. A leitura ocorreu hoje, 16 de novembro, a partir das 10h, na Escola de Aplicação da UFPA e em mais de 80 escolas públicas municipais em Belém.
A vice-cônsul Maria Fernanda Pinheiro, que participou do anúncio da programação, agradeceu o apoio e a parceria da UFPA. “Em nome da Embaixada de Portugal, agradeço à Universidade Federal do Pará por mais esta parceria. Estamos a iniciar hoje as comemorações do centenário de um escritor português, mas sobretudo um escritor da Língua Portuguesa. O conto de José Saramago está sendo lido em todo o país, mas o Pará é o estado com o maior número de escolas envolvidas”, celebrou.
Parcerias luso-brasileiras - A parceria com a Fundação José Saramago e a Embaixada de Portugal no Brasil tem proporcionado a realização de várias atividades e projetos de colaboração da UFPA com instituições portuguesas, para a promoção da língua e das culturas luso-brasileiras. Um dos frutos dessa cooperação é a criação da Cátedra “João Lúcio de Azevedo” (Camões, I.P. | UFPA) em 2017, sediada no Centro de Internacionalização da UFPA. Em 2018, a UFPA trouxe a Belém a exposição "SARAMAGO – os pontos e a vista", com o patrocínio do Banco Santander.
A parceria com a Fundação José Saramago também já viabilizou a coedição de duas obras de Saramago pela Editora da UFPA (ed.ufpa): Da Estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo e Democracia e Universidade, cujos lançamentos, em 2013, ocorreram com a presença de Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago. A ed.ufpa também publicou Diálogos com José Saramago, uma entrevista em profundidade do pesquisador português Carlos Reis com Saramago.
O homenageado - Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, em Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não havia completado dois anos. Fez estudos secundários que, por dificuldades econômicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido, depois, diversas profissões: desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, o romance Terra do Pecado, em 1947, tendo estado sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos em uma editora, na qual exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista Seara Nova.
Em 1972 e 1973, integrou a redação do jornal Diário de Lisboa, em que foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 1975, foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976, passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro, como tradutor; depois, como autor. Em fevereiro de 1993, decidiu dividir o seu tempo entre a residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998, foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Literatura. José Saramago faleceu aos 87 anos, em 18 de junho de 2010, em Lanzarote. Sua obra é reconhecida como um dos maiores legados da literatura contemporânea.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA, com informações da Fundação José Saramago sobre a biografia do escritor.
Fotos: Laís Teixeira a serviço da Ascom UFPA
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