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UFPA e MST plantam muda de samaumeira no Campus Guamá

  • Publicado: Terça, 20 de Setembro de 2022, 08h34

Portal 2022 14

A Universidade Federal do Pará (UFPA) ganhou, na quinta-feira, 8 de setembro, mais um elemento amazônico para compor o cenário de seu campus em Belém. Em ato simbólico, o reitor Emmanuel Tourinho, gestores da instituição e membros do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra (MST) realizaram o plantio de uma samaumeira no Setor Básico do campus do Guamá. A muda da samaumeira havia sido doada pelo MST à UFPA no ato de encerramento do X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), em julho de 2022. A samaumeira é tipicamente amazônica e conhecida como a “árvore da vida” ou “escada do céu”, em razão do tamanho que alcança, vivendo por séculos e podendo crescer entre 60 e 70 metros de altura.

08.09.2022 Plantio da samaumeira Foto Alexandre de Moraes 151 1O lugar escolhido para o plantio foi o gramado localizado próximo ao prédio da Reitoria, no Campus Básico da UFPA, em Belém – bairro Guamá. Além da equipe de gestão superior, participaram do ato representantes do MST, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – Ideflor-Bio/Pará e do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável do Pará – Emater/Pará.

08.09.2022 Plantio da samaumeira Foto Alexandre de Moraes 49 1Jalva Braga, representando a SDDH e o Ideflor-Bio, foi quem inicialmente plantou a semente da espécie agora doada à Universidade. A muda, atualmente, possui pouco mais de dois metros. A expectativa é de poder vê-la crescer ao longo dos anos, uma vez que se trata de uma árvore milenar. “Nossos descendentes é que vão ver e conviver, dentro da Universidade, com essa árvore que é símbolo da Amazônia. Espero que ela possa frutificar, como a Universidade faz na vida de tanta gente por meio do conhecimento, da amizade e da construção política”, afirmou a militante.

A dirigente nacional do MST no Pará, Jane Cabral, ressaltou o quão simbólico é o plantio dessa muda enquanto acontece, em simultâneo, tanta destruição na Amazônia. “Nesse sentido, plantar essa árvore, por si só, já é um ato revolucionário”, pontuou. Para Jane, a árvore da vida plantada na UFPA com a participação do MST também poderá remeter “ao povo trabalhador, que é quem torna a Universidade uma realidade e que, em virtude das políticas sociais, está cada vez mais próxima dos movimentos. Que ela [a árvore] cresça como esse símbolo importante e imenso, com toda a força da nossa ancestralidade”.

Grandiosidade - Para os povos indígenas, a samaumeira é considerada “a mãe” de todas as árvores. Pertence à família das bombacáceas (Ceiba pentandra Gaertn). Pode ser chamada Samaúma ou ainda Sumaúma (Ceiba pentranda). Quando adulta, seu tronco torna-se muito volumoso, podendo alcançar até três metros de diâmetro. Alguns exemplares chegam a atingir os 90 metros de altura, sendo, por isso, uma das maiores árvores da flora mundial.

08.09.2022 Plantio da samaumeira Foto Alexandre de Moraes 86O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, disse que o presente do MST à UFPA no encerramento do Fospa foi motivo de honra e alegria, uma vez que simboliza a confiança na Universidade como instituição comprometida com o futuro da Amazônia e dos povos da Amazônia. “Agradeço a doação na certeza de que este é  um registro para as próximas gerações, uma referência para o trabalho vindouro em favor da população amazônida. Os movimentos sociais e os povos da Amazônia podem contar com a UFPA na sua luta por direitos e pela preservação das nossas florestas. Nosso dever é trabalhar sempre sintonizados com os povos da região e com os anseios da sociedade”.

Floresta em pé - Também elogiaram a iniciativa do plantio a coordenadora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social, ADIS, Zélia Amador de Deus, a professora da Faculdade de Geografia da UFPA, Alcidema Magalhães, e membros do Comitê Dorothy Stang e do Nuara – Núcleo Universitário de Apoio à Reforma Agrária, sediado no Campus UFPA em Abaetetuba. O plantio foi concluído com o brado “Amazônia, povo vivo, floresta em pé”.

Texto: Jéssica Souza – Ascom UFPA
Fotos: Alexandre Moraes

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