Persistência, superação e mudanças compõem o caminho de quem busca crescimento por meio do ensino superior

Entrar em uma universidade federal é um sonho para muitos estudantes que visam a uma educação superior de boa qualidade e gratuita, e, para alcançar esse feito, dedicação e perseverança nos estudos são ações que acompanham, todos os anos, milhares de jovens que tentam ingressar no curso desejado. Esse foi o caminho percorrido, por alguns anos, por Felipe Garcia, estudante de Capanema, aprovado no curso de Medicina, do Campus Altamira, no Processo Seletivo 2020 da Universidade Federal do Pará.

O calouro já havia vivenciado uma experiência em outra graduação, em 2015, ao entrar no curso de Engenharia Química, que logo foi abandonado quando percebeu o seu fascínio por se tornar médico. Desde então, o desejo de ingressar na Faculdade de Medicina da UFPA percorreu um caminho repleto de superação e persistência.

Medicina é um dos cursos mais concorridos da Universidade e também o que possui a maior média de pontuação. Por esse motivo, Felipe Garcia conta que se viu sendo testado várias vezes por conta da insegurança que sentia e das críticas que surgiram já na sua primeira tentativa, em 2016.

"Existem certos comentários que prejudicam a autoestima de qualquer estudante e comigo não foi diferente. Sempre cogitei cursar Medicina, mas nunca havia alimentado a possibilidade de realizá-lo por conta da dificuldade, da pressão e do medo que são impostos quando alguém diz que quer ser médico, principalmente quando o aluno é pobre, de escola pública e de interior", relata o calouro.

Do sonho à conquista - Acordar cedo, vender bombons e estudar dentro de casa, esta se tornou a rotina de Felipe Garcia em busca da tão sonhada aprovação conquistada este ano. Hoje, ele é o primeira pessoa entre os membros da sua família a entrar no Ensino Superior, e vê no curso de Medicina uma oportunidade para mudar a trajetória da sua vida e, finalmente, proporcionar a satisfação profissional.

"Saber que eu vou poder ajudar tanta gente fazendo o que amo, trabalhando no que eu sempre quis, não tem preço. Eu espero muito melhorar ainda mais como ser humano, conhecer de tudo um pouco e lidar com toda a pluralidade que a sociedade tem e, assim, buscar entendê-la desta forma, cheia de diferenças", diz.

Desafios da mudança – Assim como diversos outros estudantes que migram pelo estado em busca do curso dos sonhos, Felipe também precisou trocar de cidade para adquirir a educação de qualidade que almejava. Embora saiba que poderá enfrentar dificuldades que vão desde a adaptação à nova cidade até saudade da cidade natal, o estudante afirma que está preparado para encarar os novos desafios.

"Certamente vou me deparar com outras questões culturais, outros modos, outras rotinas, e eu não tenho noção de como vou encarar tudo isso e de quanto tempo irá demorar para eu me adaptar. Também não tenho a menor ideia de como vou me manter pelos próximos seis anos, contudo tenho a certeza que vou continuar fazendo o que sempre fiz, de maneira honesta. Seja ensinando Química ou Matemática, seja vendendo doces, eu só saio da Universidade médico", afirma o calouro de Medicina.

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Texto: Gilberto Moura - Assessoria de Comunicação da UFPA.
Fotos: Arquivo pessoal