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Dia do Estudante: as experiências que vão além da sala de aula

  • Publicado: Terça, 11 de Agosto de 2020, 07h19

dia do estudante

A UFPA tem cerca de 38.786 discentes de graduação, 10.024 de pós-graduação e 4.150 de cursos técnicos e tecnológicos. São quase 53 mil estudantes que, mesmo com todas as dificuldades do cenário de pandemia atual, fazem da Universidade Federal do Pará um espaço em que a ciência se transforma em prol da demanda da população. E neste Dia do Estudante, 11 de agosto, iremos contar a história de alguns desses estudantes que conseguiram adaptar suas atividades acadêmicas para continuar produzindo e transformando a vida da comunidade local.

Suellen SanchesEntre eles, está Suellen Sanches, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica (PPGIF) que integrou a equipe de produção de álcool gel da UFPA para os hospitais e as unidades acadêmicas. O projeto produziu cerca de 200 kg de álcool em gel por semana, e a produção era feita de segunda a sexta, apenas com alunos sem sintomas e fora de grupos de risco. “Me sinto gratificada e honrada em poder contribuir. Com o trabalho de produção do álcool em gel, senti que estava ajudando ainda mais ativamente a sociedade neste momento ímpar que estamos vivendo”.

Márcio Marvão, aluno do segundo semestre de Medicina, também continuou produzindo mesmo tendo a sua rotina de estudante alterada. Sem aulas presenciais, segundo ele, seus professores o incentivaram a investir na pesquisa, na extensão e nas atividades para ser útil à sociedade e assim surgiu um aplicativo.

“Quando ele estava saindo do papel, não havia tanta expectativa de que ele teria um impacto tão positivo, só queríamos fazer algo concreto que pudesse ser fácil e didático. Agora que percebemos o poder de mudança, estamos sonhando cada vez mais em agir utilizando a fusão de saúde e tecnologia”, comenta.

Elenice OliveiraApoio à comunidade – Para ajudar, outros estudantes também decidiram se envolver diretamente com suas comunidades, compartilhando os conhecimentos e técnicas adquiridos em sala de aula. Esse foi o caso dos alunos de Administração do município de Bagre, no Marajó. Eles criaram o  projeto “União e Motivação”, que produziu peças digitais informativas para o compartilhamento entre os munícipes e realizaram uma campanha de arrecadação de alimentos para famílias com dificuldades financeiras.

“Como futuros administradores, daqui a um tempo seremos nós os responsáveis pela nossa comunidade. Sendo assim, devemos começar a ter uma visão mais ampla do meio em que vivemos, olhar para a realidade vivida pelo povo e buscar meios para contribuir positivamente em prol da comunidade. Desenvolver o projeto, sem dúvida, foi uma bela iniciativa para prestar trabalhos destinados à comunidade bagrense”, ressalta a aluna Elenice Oliveira, que coordena o projeto atualmente.

Orlando Haber 1Para ela, o projeto é uma importante ferramenta para o desenvolvimento da responsabilidade social, uma vez que cada estudante coopera para melhorar a qualidade de vida daqueles que mais precisam. Esse papel também tem sido vivenciado pelo estudante de Jornalismo Orlando Haber. Integrante do Time Enactus da UFPA, o aluno participa diretamente de diversas ações realizadas em favor dos Projetos Costuraê, Amanã, Amana Katu e Minerva, que têm ajudado a melhorar a vida da população periférica e ribeirinha ao redor de Belém.

“Quando entrei na UFPA, senti-me na obrigação de retornar à sociedade, de alguma forma, o investimento que venho recebendo. Poder fazer chegar a essas pessoas projetos que realmente impactem positivamente as suas vidas e contribuam para que estejam menos vulneráveis é, verdadeiramente, algo que faz a diferença na minha vida ao mesmo tempo em que eu consigo fazer a diferença nas vidas delas”, diz o graduando Orlando Haber.

Ana Paula XerfanEstudantes que ajudam outros estudantes - Até quem acabou de chegar já começou trabalhando para ajudar, dessa vez, àqueles que ainda lutam para entrar no ensino superior e tiveram seus estudos afetados pela pandemia. Ana Paula Xerfan é caloura de Medicina e idealizou o Projeto “Tranquilamente Enem”, organizado pela Federação Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA BRASIL UFPA).

“Essa ajuda é importante porque o grupo de jovens que prestará o Enem este ano é um dos mais sensíveis e afetados pelo contexto de pandemia e de paralisação de aulas. Ainda mais que o vestibular, por ser uma etapa naturalmente desgastante, contribui para o processo de adoecimento psicológico e comprometimento da saúde mental desses estudantes”, conta Ana Paula, que passou por problemas de ansiedade e depressão durante o vestibular.

Segundo  ela, a sensação de poder ajudar vários estudantes que estão desmotivados, ansiosos, perdidos, sem saber como dar continuidade aos seus respectivos estudos e como lidar com tudo é reconfortante. “Já passamos pelo que eles estão passando agora e conseguimos entender, mais do que ninguém, as angústias e preocupações. Conseguimos mostrar um caminho para eles, uma solução, conseguimos mostrar que nem tudo está perdido. Ver que conseguimos ajudá-los e guiá-los, mesmo que minimamente nessa etapa, é uma experiência muito satisfatória”.

Márcio MarvãoConsequências da pandemia – Mesmo com os projetos funcionando e servindo como uma forma de os estudantes se sentirem mais produtivos, todos concordam, ainda que em realidades diferentes, que o atual cenário dificultou a manutenção de uma rotina e a continuidade dos estudos em casa.

“Creio que a gente perde muito o ritmo devido a toda essa situação, ficamos bem desamparados. Estou tentando me ocupar, fazer trabalhos e pesquisas que felizmente estão dando frutos, mas é visível que este ano afetou todos nós, tanto na parte estudantil quanto mental, física e emocional”, pontua Márcio Marvão.

Apesar de tudo, há quem consiga enxergar também fatores positivos nessa fase de isolamento.  “Claro que foi bem difícil, pois focar em algo nesse período foi complicado, por causa da tristeza dos acontecimentos, afastamentos da rotina, dos amigos, família e ansiedade em relação ao futuro. Porém, após um período de ócio, consegui me organizar e tornar o isolamento mais produtivo, dando andamento a projetos, lendo, cuidando da saúde etc.”, lembra Suellen Sanches.

Texto: Rafael Miyake - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Arquivo pessoal

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